quinta-feira, 28 de abril de 2011

NO DIA EM QUE ENCONTREI COM LEONEL BRIZOLA



Ainda que nunca tenha sido um seguidor de suas idéias, creio que é fácil reconhecer que Leonel Brizola era uma figura política ímpar. Tive a oportunidade de encontrá-lo numa única vez, quando durante a greve pela autonomia da UENF em 2001, Brizola veio até o campus que hoje leva o seu nome para apoiar a luta realizada pela comunidade universitária.

Após o encontro pedi ao atual deputado estadual, Roberto Henriques (PR/RJ), que me facilitasse a oportunidade de tirar uma foto com Leonel Brizola, pois queria mandá-la para o meu pai, ele sim um Brizolista fanático, e que se encontrava afetado por uma doença terminal.  Brizola aceitou gentilmente posar comigo e minha irmã. Tive a oportunidade de lhe contar que um dos meus irmãos, nascido em 1965, era seu xará em uma homenagem feita pelo meu pai. Naquele momento, os olhos do velho caudilho marejaram de emoção, e ele me deu um forte aperto de mão com o que agradecendo a homenagem feita a ele por um seguidor desconhecido. Afinal de contas, dar o meu nome de Leonel a uma criança no início de 1965 era, acima de tudo, afrontar os militares que haviam dado um golpe de estado pouco mais de um ano antes de seu nascimento.

Meu pai, ao receber as fotografias por dois de seus filhos, fez algo muito raro em sua vida: chorou, e disse apenas: este é um grande homem.  E também, num momento raro, eu e meu pai concordamos sobre algo. Afinal, Leonel Brizola era realmente um grande homem. Daqueles que não se encontra facilmente na vida política brasileira nos dias de hoje.