quarta-feira, 29 de junho de 2011

SÉRGIO CABRAL DÁ BOLO EM CERIMÔNIA DE POSSE DO NOVO REITOR DA UENF E ALEXANDRE CARDOSO DÁ POSSE AO EX-REITOR ALMY JUNIOR NA PRESIDÊNCIA DA FENORTE



O governador Sérgio Cabral exigiu a mudança da data e do horário da posse do novo reitor da UENF aparentemente por puro capricho. É que ao final de tudo, ele acabou não comparecendo ao campus Leonel Brizola na cidade de Campos dos Goytacazes. A razão mais provável para este bolo vergonhoso foi o medo de ter que se confrontar com bombeiros, professores da rede estadual em greve, pequenos proprietários desapropriados para atender as necessidades do seu amigo Eike Batista, e os estudantes da UENF.  Mas se para Sérgio Cabral, este imbróglio todo não aumenta nem diminui a crise política em que está metido desde a queda do helicóptero no sul da Bahia, a UENF saiu diminuída com tamanha demonstração de subserviência aos caprichos de um governador que luta para se manter no cargo.

Mas coisa pior reservou aos presentes na cerimônia de posse, o secretário Alexandre Cardoso ao anunciar de bate pronto que o ex-reitor Almy Junior será o novo presidente da Fundação Estadual do Norte Fluminense (FENORTE), cuja existência só serve na prática para atender a distribuição de favores junto a prefeituras e políticos em geral.   Ao fazer isto o secretário Alexandre Cardoso foi totalmente descortês com o vereador Marcos Bacellar, um dos poucos aliados que o governador Sérgio Cabral ainda possui na região norte fluminense, pois removeu da presidência da FENORTE, o advogado Rodrigo Bacellar, que vem a ser filho do vereador. O secretário Alexandre Cardoso talvez venha a lamentar ter cometido esta descortesia pública à família Bacellar. É como diz aquele velho ditado: quem viver verá.

Já o agora ex-reitor da UENF, Almy Junior, teve que se contentar com um cargo de menor expressão porque seus vôos preferidos seriam mais para o lado da cidade do Rio de Janeiro, dentro da própria Secretaria de Ciência e Tecnologia ou, quiçá, dentro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro (FAPEJ).  Ao ficar com um cargo tão próximo de seu melancólico legado à frente da reitoria da UENF, Almy Junior, talvez tenha um início auspicioso à frente da FENORTE. Mas como outros docentes que foram ocupar cargos de direção dentro da ex-mantenedora da UENF, Almy Junior talvez venha a descobrir que a melhor opção teria sido mesmo voltar para a quietude de seu laboratório de pesquisa. Mas mais uma vez se aplica o velho ditado: quem viver, verá.

Finalmente, o sempre loquaz deputado Roberto Henriques, padrinho político do ex-reitor Almy Junior, talvez venha a lamentar ainda mais ter feito a aposta que fez. Mas no caso de Henriques, o máximo de ruim que poderá lhe acontecer é voltar a ter que discursar para uns gatos pingados em cima de um caixote de madeira. Mas como ele não é conhecido por se intimidar com público pequeno, voltar ao calçadão no centro de Campos talvez até soe com uma benção divina. Afinal, ali os ouvintes costumam perdoar quase tudo que ouvem. Já a comunidade acadêmica normalmente não é assim, digamos, tão piedosa.  Entretanto, como suas declarações à imprensa de Campos indicam, Henriques não foi forçado a apadrinhar ninguém, e deverá saber receber os eventuais custos com a devida resignação.