domingo, 18 de setembro de 2011

AINDA SOBRE O NOVO TRAÇADO DO CORREDOR LOGÍSTICO QUE AMEAÇA O FUTURO DO ASSENTAMENTO ZUMBI DOS PALMARES


Graças a uma nota postada no blog da Vereadora Odisséia ficou mais claro o ambiente em que estão se dando as movimentações no plano municipal da definição do novo traçado da BR-101. Aparentemente sobressaltado pela mobilização dos assentados, o deputado federal Anthony Garotinho resolveu reclamar no Ministério do Desenvolvimento Agrário em relação à ação do Superintendente Regional do INCRA/RJ que teria afirmado que a prefeita Rosinha Garotinho estaria "por detrás" do novo traçado que ameaça desalojar mais de 200 famílias de seus lotes no Assentamento Zumbi dos Palmares.

Pois bem, se o Sr. Gustavo Noronha, superintendente regional do INCRA, realmente afirmou que a prefeita Rosinha está por detrás da tentativa de impor um traçado que corta o coração do Zumbi dos Palmares ele realmente errou. Na verdade, a prefeita está de frente na questão deste novo traçado. Pelo menos é isto o que indicam as reportagem publicada pela Folha da Manhã em 16 de abril de 2011 que afirmava abertamente que:

" Nesta sexta-feira (15), o presidente da ANTT, Bernardo Figueiredo, esteve em Campos, para anunciar a autorização da mudança no projeto do contorno da BR-101, a duplicação da rodovia entre Rio Dourado até a divisa com o Espírito Santo, além da cessão ao município entre o distrito de Ururaí, na entrada da cidade, até o Aeroporto Bartholomeu Lizandro. Deste trecho municipalizado, fora dos investimentos da ANTT, a Prefeita Rosinha vai duplicar entre Ururaí às proximidades da Avenida Alberto Torres."

Se agora a pressão dos assentados está forçando uma mudança de planos no âmbito da Prefeitura de Campos, tudo bem. Mas é preciso que ao invés de tentar demonizar o Sr. Gustavo Noronha, o deputado Anthony Garotinho apenas reconheça que houve um erro inicial. Além disso, como já disse antes, o que seria realmente bacana e correto é se o deputado Garotinho usasse sua influência no poder executivo municipal para ordenar que uma parte mais significativa dos royalties fosse investida na reforma agrária. Afinal de contas, até hoje os assentados têm dependido basicamente de si mesmos para continuar impulsionando sua produção. Se dependesse da Prefeitura, a maioria já teria desistido da empreitada dado o estado de abandono a que são relegados.

Em tempo, qualquer proposta de traçado que implique na remoção de assentados é social, politicamente economicamente inaceitável.  A verdade é que o Eike Batista ainda tem bastante dinheiro para bancar um desvio que não afete o Zumbi dos Palmares e seus valentes assentados.