quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DESMATAMENTO, CHUVAS E INUNDAÇÕES: E AGORA COMO FICA O CÓDIGO FLORESTAL?

Todos os analistas minimamente sérios mostram que há uma relação direta com a remoção das florestas e o ciclo anual de inundações que se segue às chuvas intensas do verão. As florestas cumprem um papel fundamental na regulação entre a chegada da água da atmosfera na superfície terrestre e a sua mobilização para solos e corpos aquáticos. Na falta das florestas, a chegada da água nos corpos terrestres é praticamente instantânea, o que explica os deslizamentos e rápida elevação das águas.  O modelo de urbanização utilizado no Brasil serve ainda como fator agravante para o que temos assistido desde o final de 2011 no estado do Rio de Janeiro, pois as construções avançam sobre encostas, topos de morros e áreas de inundação de rios, lagoas e lagos.

Bom, estes são fatos conhecidos e deveriam dirigir a formulação das leis que controlam o uso dos solos no Brasil. Mas, como pudemos observar nas votações ocorridas no Congresso Nacional,  a formulação de leis praticamente ignora dados mais do que conhecidos. Aliás, pelo contrário, se observarmos as modificações aprovadas no Senado no tocante ao desmatamento de Àreas de Proteção Permanente (APPs), remoção de matas ciliares e remoção de vegetação em topos de morro, poderemos ver que senadores e deputados autorizaram uma verdadeira caçada às florestas nacionais.

Felizmente, por pressão da sociedade civil e dos movimentos sociais do campo, a votação final do Código Florestal ficou para 2012. Assim, à luz dos últimos acontecimentos, todos deveriam começar a mandar correios eletrônicos para todos os membros da Câmara de Deputados cobrando que sejam restabelecidos mecanismos de controle de desmatamento, especialmente em APPs, topos de morros e matas ciliares.

No caso do Rio de Janeiro, um deputado que tem sido muito vocal na denúncia do descaso do governo estadual no tratamento dos problemas relacionados às chuvas, mas que votou A FAVOR do esquartejamento do Código Florestal é o Sr. Anthony Garotinho. Acho que seria de bom tom que ele, Garotinho, adotasse a postura correta e revertesse o seu voto. Para incentivar o nobre deputado a proteger nossas florestas e cidades, o endereço eletrônico no Congresso Nacional é o seguinte: 
dep.anthonygarotinho@camara.gov.br. 

Mas se todos estiverem mesmo dispostos a se comunicar os deputados federais e requisitarem que adotem a postura correta, o arquivo com todos os endereços eletrônicos dos membros da atual legislatura pode ser obtido no seguinte endereço: www.camara.gov.br/internet/deputado/deputado.xls.

Vamos lá! A hora de pressionar a Câmara de Deputados é essa! Vamos agir em defesa do Código Florestal e aumentar a proteção das nossas cidades!