quinta-feira, 21 de junho de 2012

A ÚNICA SUSTENTABILIDADE QUE INTERESSA AO GRUPO EBX É A DOS SEUS LUCROS, CUSTE O QUE CUSTAR

A notícia abaixo foi publicada na edição online do Jornal Folha da Manhã e trata do peculiar "Encontro de Sustentabilidade - Reflexões e novos caminhos para o Açu e para o mundo (sic!)".  Pois bem, faz algum tempo escrevi um simplório artigo sobre como as corporações utilizam o fugidio conceito de "desenvolvimento sustentável" para continuar praticando o que no mundo corporativo se convenciona chamar de "business as usual". É o verdadeiro papo "melancia", mas que aqui não é o vermelho da ideologia mas o do sangue das pessoas cujas vidas são destruídas para que o verde das notas verdes de dólar possam se encaminhar para as contas bancárias dos donos das corporações.

Caso o Grupo EBX tivesse um desejo sincero de buscar ações sustentáveis passaria a usar parte dos bilhões recebidos do governo federal para oferecer um negócio aceitável para as centenas de famílias que estão sendo desenraízadas do território do V Distrito de São João da Barra. Mas não é isto que se vê, e o máximo que o grupo de Eike Batista faz é tentar colocar um verniz de preocupação social com a desastrada experiência da Vila da Terra, ao mesmo tempo em que mais famílias estão sendo coagidas a sair de suas terras produtivas para ir procurar proteção sabe-se lá aonde.

O interessante é que durante a reunião em que participei na Academia Brasileira de Ciências estavam presentes duas representantes do mecanismo de ouvidoria do BNDES. Lá nos foi dito que o BNDES esta pensando em criar um mecanismo de controle independente que monitore as consequências sociais e ambientais de seus investimentos. Eu não me fiz de rogado e avisei as duas representantes do BNDES que no momento em que tal mecanismo for criado, eu ajudaria a pelo menos 300 famílias a enviarem um pedido de investigação sobre o papel do BNDES no que está acontecendo neste momento no V Distrito de São João da Barra.

Quem sabe se isto acontecer, poderemos ir até a raiz do que está acontecendo neste momento com os agricultores e pescadores do V Distrito. E o certo é que o que está ali acontecendo não tem nada de sustentável. A não ser que esteja se falando da sutentabilidade dos lucros fabulosos que o Sr. Eike Batista esperava auferir sob o patrocínio dos recursos retirados do Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).


Sustentabilidade é apoiada pela EBX

 
O “Encontro de Sustentabilidade – Reflexões e novos caminhos para o Açu e para o mundo”, promovido pelo Grupo EBX e realizado pelo Instituto BioAtlântica (Ibio), encerra hoje, com palestra do diretor do Centro de Economia de Madrid (ECMS-URJC) abordando o tema “Valoração econômica dos serviços ambientais”. O encontro está marcado para 19h, no Instituto Federal Fluminense (IFF), em Campos.

Ontem foi a vez da diretora do Instituto de Estudos Jurídicos Avançados da Faculdade de Direto da Universidade de Macau, da China, Wel Dan, apresentar sua palestra, cujo tema foi “Olhando para o futuro do Superporto do Açu”. A apresentação aconteceu no Cine Teatro São João, em São João da Barra (SJB).

De acordo com o gerente de sustentabilidade da LLX, Guilherme Quentel, o ciclo de palestras é parte das ações da Gestão Integrada do Território (GIT), promovida na região pelo grupo EBX em parceria com o Ibio. Guilherme contou que a GIT é um modelo participativo que envolve poder público, empresas, organizações da sociedade civil, instituições de educação e lideranças regionais na construção de soluções sustentáveis para o desenvolvimento.

O evento durou três dias. No primeiro dia, o palestrante Flávio Ahmed, presidente da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados – Rio de Janeiro e professor da Fundação Getúlio Vargas, abordou o seguinte tema: “A função socioambiental da propriedade e o desenvolvimento sustentável: caminhos para avançar com o Rio+20”.

Mário Sérgio

FONTE: http://fmanha.com.br/geral/sustentabilidade-e-apoiada-pela-ebx