sexta-feira, 6 de julho de 2012

DILMA SAI A CAMPO PARA FAZER CAMPANHA POR EDUARDO PAES E ENCONTRA PROTESTOS CONTRA AS POLÍTICAS DO GOVERNO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO
Talvez o enclausuramento que os governantes sofrem os torne pouco capazes de prever situações aonde não deveriam se prestar a determinados papéis. Mas para evitar isto há que existir assessorias que os oriente a não entrar em determinadas furadas, pois o desgaste é certo.

Aparentemente a presidente Dilma não está bem informada por seus assessores. Só isto explica o fato de estar saindo a campo para fazer inaugurações cujo fim precípuo é dar uma mão para candidatos como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Será que ninguém informou ainda à presidente que 56 das 59 universidades federais estão em greve? Será que ela não sabe que os servidores dos hospitais federais estão em pé de guerra contra a política de privatização destas unidades e com a imensa corrosão que afeta os seus salários?


Bom, se a presidente não sabia, agora já deve desconfiar. Pelo menos é o que demonstra a sua cara na foto abaixo. 


E de resto o que se viu é o uso da repressão mais covarde contra manifestantes que apenas procuravam exercer o seu direito de protestar. De quebra, há que se lamentar a autorização dada pelo Tribunal Regional Eleitoral para Eduardo Paes participar da inauguração de obras. Afinal, foi esse mesmo TRE que multou o deputado estadual Marcelo Freixo e o jornalsita Juca Kfhouri, um por ter concedido uma entrevista e outro por tê-la feito. Chega ser patético!


Dilma enfrenta protestos em evento no Rio com Eduardo Paes

Em Triagem, prefeito passou constrangimento no primeiro dia de campanha eleitoral

RIO - A presidente Dilma Rousseff enfrentou, nesta sexta-feira, protestos de estudantes e servidores no Rio. Em Triagem, a entrega de 460 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida acabou em tumulto. O evento, que seria uma festa no primeiro dia de campanha eleitoral, causou constrangimento à presidente e ao prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição. No palanque, ao lado também do governador Sérgio Cabral, Dilma foi interrompida várias vezes em seu discurso por estudantes que pediam mais investimento na Educação.


Ao tentar conter os manifestantes, seguranças do evento rasgaram cartazes e jogaram no chão os celulares de quem estava filmando a confusão. Eles também arrancaram o celular das mãos de uma repórter do GLOBO e o jogaram no chão, além de impedir a saída de jornalistas da área reservada à imprensa para chegar mais próximo ao tumulto.

O prefeito chegou a levantar e puxar o coro: “ole, ole, elá, Dilma, Dilma”, para a plateia formada principalmente por beneficiados pelo projeto e integrantes de programas sociais da prefeitura. Paes não discursou para evitar clima de campanha. O Tribunal Regional Eleitoral (RJ) autorizou a presença do prefeito candidato à reeleição no evento, mas alertou que ele não poderia pedir votos. Dois fiscais do tribunal acompanharam a cerimônia.

Mesmo constrangida, Dilma não parou o discurso e aumentou o tom de voz. Ela teceu uma série de elogios a Paes e à elogiou parceria entre os governos federal, estadual e municipal.

- Demos mais um passo para colocar um tijolo para fazer um Brasil melhor. E é aqui com Cabral e Eduardo Paes que nós estamos colocando esse tijolo.

Dilma elogiou ainda escolha do Rio como Patrimônio Mundial pela Unesco.
- A palavra chave é parceria. É a união de esforços para realizar mais e melhor. E aqui estamos realizando mais e melhor com a parceria de Cabral e Eduardo Paes.

Antes da confusão, Cabral discursou e disse que a inauguração dos apartamentos “ é um caso de sucesso”. Ele também citou o ex-presidente Lula ao falar do programa Minha Casa, Minha Vida.
- É uma junção de esforços. Quando as autoridades se entendem quem ganha é a população. Quando as autoridades brigam, quem perde é a população.

A presidente enfrentou ainda protesto de servidores de hospitais federais em greve no estado na entrada do Hospital Miguel Couto, onde participou da a inauguração da Coordenação de Emergência Regional. Aos gritos de "Saúde na rua, Dilma a culpa é sua!", professores universitários e servidores de hospitais federais protestavam por mais investimentos na Educação e contra o que chamam de privatização da Saúde pública.

A auxiliar de enfermagem do Hospital de Ipanema Regina Maria Loroza, de 53 anos, disse que não pode se aposentar, pois metade de seus rendimentos é composta por gratificações. Com isso, caso se aposente, passaria a receber R$ 1.800.

O carro da presidente entrou pela lateral do hospital. Dilma entrou com o prefeito Eduardo Paes e o senador Marcelo Crivela no elevador que não subiu. A presidente foi obrigada a subir de escada.