segunda-feira, 5 de novembro de 2012

INDÍGENAS BRASILEIROS: O ETERNO MASSACRE ONDE NEM AS CRIANÇAS SÃO PERDOADAS


A matéria abaixo dá conta de um caso pavoroso de pedofilia com crianças indigenas no município amazonense de São Felix da Cachoeira na fronteira com a Colômbia. Ali meninas de diversas etnias indígenas foram transformadas em mercadorias pr parte de empresários, militares e políticos. E o pior, se algo pode ser pior nisto, é que a matéria mostra que o caso é conhecido desde 2008 e que as forças policiais locais nada fizeram, o que obrigou a entrada em cena da Polícia Federal.

Apesar deste tipo de crime não ser restrito a crianças indígenas (basta ver o caso das Meninas de Guarus que continua impune até hoje), a pedofilia e o comércio sexual aqui ganha contornos ainda mais monstruosos não apenas por causa da pobreza que marca a vida das comunidades indígenas que se tornam presas fáceis deste tipo de crimimoso, como também implica numa ameaça a mais à manutenção da identidade cultural indígena por parte da sociedade dominante. 




Virgindade de meninas índias vale R$ 20 no Amazonas

KÁTIA BRASIL, ENVIADA ESPECIAL A SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA (AM)

No município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira do Brasil com a Colômbia, um homem branco compra a virgindade de uma menina indígena com aparelho de celular, R$ 20, peça de roupa de marca e até com uma caixa de bombons.
A pedido das mães das vítimas, a Polícia Civil apura o caso há um ano. No entanto, como nenhum suspeito foi preso até agora, a Polícia Federal entrou na investigação no mês passado.
Doze meninas já prestaram depoimento. Elas relataram aos policiais que foram exploradas sexualmente e indicaram nove homens como os autores do crime.
Entre eles há empresários do comércio local, um ex-vereador, dois militares do Exército e um motorista.
As vítimas são garotas das etnias tariana, uanana, tucano e baré que vivem na periferia de São Gabriel da Cachoeira, que tem 90% da população (cerca de 38 mil pessoas) formada por índios.
Entre as meninas exploradas, há as que foram ameaçadas pelos suspeitos. Algumas foram obrigadas a se mudar para casas de familiares, na esperança de ficarem seguras.
A Folha conversou com cinco dessas meninas e, para cada uma delas, criou iniciais fictícias para dificultar a identificação na cidade.
M., de 12 anos, conta que "vendeu" a virgindade para um ex-vereador. O acerto, afirma a menina, ocorreu por meio de uma prima dela, que também é adolescente. "Ele me levou para o quarto e tirou minha roupa. Foi a primeira vez, fiquei triste."
A menina conta que o homem é casado e tem filhos. "Ele me deu R$ 20 e disse para eu não contar a ninguém."
P., de 14 anos, afirma que esteve duas vezes com um comerciante. "Ele me obrigou. Depois me deu um celular."
Já L., de 12 anos, diz que ela e outras meninas ganharam chocolates, dinheiro e roupas de marca em troca da virgindade. "Na primeira vez fui obrigada, ele me deu R$ 30 e uma caixa com chocolates."
FONTE: http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2012/11/04/virgindade-de-meninas-indias-vale-r-20-no-amazonas.jhtm