quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ENTREVISTA NO PROGRAMA FAIXA LIVRE SOBRE A SALINIZAÇÃO CAUSADA PELA CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DO AÇU


Hoje tive a oportunidade de dar uma entrevista no Programa Faixa Livre que vai ao ar pela BAND AM na cidade do Rio de Janeiro todos os dias.

O apresentador, o economista Paulo Passarinho, me deu a oportunidade de abordar de forma aprofundada vários aspectos da crise social e ambiental que está ocorrendo no V Distrito de São João da Barra.

Quem quiser ouvir esta entrevista na íntegra é só clicar no link abaixo 

http://www.4shared.com/mp3/lPYEDO7E/FL_2012_10_31_Entr_2_Marcos_Pe.html
OLHARES "AFRICA BRASIL"; EVENTO CONJUNTO ISEPAM/UENF NOS DIAS 12 E 13 DE NOVEMBRO


O evento "Olhares Africa Brasil" ocorrerá no Ginásio do Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) nos dias 12 e 13 de Novembro e deverá reunir uma série de palestras relacionadas às questões raciais e ampliação dos direitos dos negros na sociedade brasileira.

À luz do recente episódio ocorrido numa rede social com uma "jovem empresária" campista, este é um evento que deverá interessar não apenas à comunidade acadêmica, mas a todos que se interessam pela construção de uma sociedade efetivamente democrática.


MARIGHELLA, O GUERRILHEIRO QUE INCENDIOU O MUNDO: VOCÊ JÁ COMPROU A SUA CÓPIA?


Acabo de receber hoje a minha cópia da obra "Marighella, o Guerrilheiro que incendiou o mundo" de autoria do jornalista Mário Magalhães. Esta é uma daquelas obras essenciais para quem quer entender um pouco mais da história recente do Brasil, sem que seja aquela contada pela historiografia oficial.

Eu que já tive a oportunidade de folhear os diferentes conteúdos do livro vejo que o Mário Magalhães realmente colocou o coração na ponta da lança e produziu uma obra de muito fôlego que poderá agradar a muitos e a desagradar outros tantos. No entanto, creio que ninguém negará a qualidade do trabalho. Talvez só os que têm a perder com a revelação da verdadeira história de Carlos Marighella, que com seus erros e acertos é um personagem marcante da luta contra ditadura militar de 1964.

Em relação ao autor, Mário Magalhães. eu tenho especial orgulho de conhecê-lo por quase 30 anos e poder ver que ele continua com a mesma capacidade analítica e crítica, apenas temperada por anos de luta e de estrada.


REVISTA "AGENDA SOCIAL" FAZ CHAMADA PARA SUBMISSÃO DE ARTIGOS

A Revista Agenda Social, publicou, no dia 04 de outubro o seu número 1, do volume 6, e está a receber, em fluxo contínuo, artigos, resenhas, entrevistas e ensaios fotográficos, resude estudos empíricos ou teóricos de todas as áreas das Ciências Humanas que se enquadrem em sua linha editorial, privilegiando trabalhos acadêmicos com perfil crítico e reflexivo.

Os interessados podem obter as devidas informações sobre como submeter seus trabalhos Aqui!
IV SEMINÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA




No dia 07.11 a Secretaria de Estado Saúde do RJ, através da Assessoria Técnica de Gestão Estratégica e Participativa, que atua em parceria com a Superintendência de Atenção Básica e demais Áreas Técnicas, realizará o IV SEMINÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA.

O Seminário tem como público-alvo gestores do SUS (rede estadual e municipal- compreendendo desde o médico, enfermeiro, Técnico de enfermagem, até o Assistente Social, Psicólogo, Nutricionista...). Podem se inscrever profissionais de UPAS, HOSPITAIS E POSTOS DE SAÚDE, além de profissionais de outros municípios que atuem na área de saúde ou que tenham afinidade/trabalhem com a temática.

O evento tem como subtítulo: Gestores do SUS no combate ao Racismo, e o trabalho atende a iniciativa proveniente do Comitê Estadual de Saúde da População Negra do RJ, que atua em consonância com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e outros dispositivos como Conferências e Estatuto da Igualdade Racial.

AS INSCRIÇÕES PODEM SER FEITAS PELO E-MAIL DA ASSESSORIA TÉCNICA DE GESTÃO ESTRATÉGICA E PARTICIPATIVA: gestao.participativa@saude.rj.gov.br enviando nome completo, instituição, cargo e telefone até o dia 31/10. Será expedido certificado de participação. 

Estudantes graduandos de enfermagem, medicina, Serviço Social e Psicologia também podem participar.
5X PACIFICAÇÃO: SESSÃO ESPECIAL COM DEBATE


No dia 06/11 sessão especial do filme 5x Pacificação no BELA Maré, Rua Bittencourt Sampaio, 169 - Maré. (Próximo a passarela 10, Av. Brasil)

Sessão seguida de debate com Cacá Diegues, Sec. de Segurança José Mariano e os diretores Cadu Barcellos, Rodrigo Felha, Luciano Vidigal e Wagner Novais.

Apoio: Palafita Comunicação e Artes e Observatório de Favelas
JÁ QUE ESTARÃO AQUI, BEM QUE PODERIAM SE INFORMAR SOBRE OUTRAS VIOLAÇÕES 


Li no blog da jornalista Suzy Monteiro (Aqui!) que representantes do Conselho Nacional de Igualdade Racial e da secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial são aguardados em Campos nesta quarta-feira para apurar o caso de uma empresaria local que postou uma mensagem tida como racista na rede social Facebook. Até aqui tudo muito certo, pois racismo é crime e deve ser combatido.

Mas já que estes doutos representantes do governo Dilma estarão por aqui, bem que eles poderiam aproveitar o tempo e dinheiro que serão gastos para entrar em contato com o Comite Regional de Combate ao Trabalho Escravo e Degradante que há vários anos realizam um trabalho solitário e perigoso de identificar e combater as práticas de trabalho escravo que continuam grassando aqui na região Norte Fluminense. Afinal, além da maioria dos escravos libertados ser composta por homens e mulheres negras, a prática do trabalho escravo é a expressão mais acabada e profunda da manutenção de uma ideologia que discrimina as pessoas pela cor de sua pele.

De quebra, fiquei surpreso em ler que a cidade de Campos possui um Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. A surpresa é legitima, pois nunca havia ouvido sequer a menção da existência deste importante conselho. Aliás, o pedido que eu apresentei para os representantes do governo federal também é válido para os do município. Afinal, Campos dos Goytacazes vem se notabilizando por ser um dos principais focos de trabalho escravo e degradante no Brasil.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

‘Esse governo só olha o dinheiro, o lucro, esquece que existem povos e nações’ 

ESCRITO POR GABRIEL BRITO, DA REDAÇÃO 


Como raras vezes se vê ocorrer, os últimos dias foram e continuam sendo de comoção em torno da maltratada causa indígena no Brasil. Após uma ordem de despejo da 1ª Vara Federal de Naviraí (MS) sobre terra indígena dominada por fazendeiros em Dourados (MS), os índios guarani kaiowá anunciaram através de carta aberta que não aceitavam a decisão e ficariam em suas terras ancestrais, vivos ou mortos, o que chegou a ser interpretado pelo público como um indicativo de suicídio coletivo.

Não era exatamente do que se tratava, pois os índios afirmavam que lutariam até o fim pelas terras e descartavam qualquer retorno à miserabilidade das cidades ou das beiras de estradas. De toda forma, o Brasil inteiro e agora o mundo veem se acirrar o conflito entre os latifundiários e seus habitantes originários, que por sua vez têm sido vítimas de uma crescente violência, representada pelas cerca de 500 mortes de índios guarani no estado desde 2003.

“Só nas aldeias Passo Piraju, Bokerón e Pyelito Kue (região de Dourados), são 412 famílias. Desde 2004, há um mandado de reintegração de posse. Hoje, a aldeia é estruturada, com água, energia, escola, posto de saúde, roça, animais, pomares...”, conta o cacique guarani Ládio Veron, que se encontra em São Paulo até 1º de novembro em busca de apoio e divulgação da causa guarani-kaiowá.

Na conversa com o cacique da aldeia Takuara (também afetada pela violência do “moderno” agronegócio), hospedado na metrópole por militantes sociais, fica claro que a repercutida declaração de guerra dos fazendeiros do Mato Grosso do Sul é concreta, já se traduzindo em cercos armados por pistoleiros em diversas fazendas, ou suas beiradas, ocupadas e acampadas pelos índios, em sua maioria guarani neste estado.

“Já temos 46 novas aldeias prontas pra serem reconhecidas. Três tiveram terras homologadas e outras três demarcadas. Todas foram embargadas pelo STF. Falta o estudo antropológico de todas as outras. A demora da FUNAI leva ao conflito. Nisso, somos muito ameaçados pelos fazendeiros e pistoleiros. E o índio começa a cansar, começa a acampar, mesmo em péssimas condições – sob sol, chuva, na lama, tem índio vivendo assim embaixo só de uma lona preta”, explica Ládio, deixando claro que os indígenas não abrirão mão de retomarem seus territórios, independentemente de saírem ou não as homologações e demarcações que esperam eternamente. “A takuara tem 90 hectares e 88 famílias, aguardando a demarcação. Mas Gilmar Mendes suspendeu todos esses processos de demarcação e homologação que citei”, completa.

Tal decisão não surpreende, ainda mais vinda de um magistrado famoso pela atuação política coronelista desde sua terra natal (Diamantino-MT), onde, por sinal, amealhou terras por meio de seus amigos da ditadura, como já comprovado pela imprensa. O pior, no entanto, é o padrão de decisões da justiça, em especial a sul-mato-grossense, sempre em favor dos proprietários brancos, quaisquer sejam as circunstâncias e perigos em jogo. “Nas mãos da justiça de São Paulo, os assassinos foram presos. Depois, o processo foi pra justiça do MS, que libertou os assassinos do meu pai. Agora, eles voltaram às milícias e continuam aqui nos ameaçando”, denuncia Ládio.

Aliás, o cacique também já foi alvo dos algozes do Cerrado, no que configura um método, no sentido de desfigurar a resistência e identidade indígenas. “Muitas lideranças estão morrendo, caciques, professores, rezadeiras. Eles têm como estratégia eliminar as referências dos índios e com isso enfraquecer mais ainda sua luta. Hoje morrem muito mais índios do que no tempo do FHC, quando nenhuma liderança morria”, disse, desnudando mais esse fracasso do governo Lula, disfarçado pelo ufanismo publicitário que exalta o “dinamismo” do agronegócio e sua importância na balança comercial do país.

Virada

Após prometer que demarcaria todas as terras indígenas já estudadas antropologicamente, o ex-presidente voltou a mostrar suas inumeráveis facetas políticas ao fechar acordo de biocombustíveis com o então presidente dos EUA, George Bush, nos idos de 2007, dando início a um período de inaugurações em série de usinas de álcool e cana de açúcar, geralmente tocadas à base de trabalho escravo e cujos donos foram por ele qualificados como “herois nacionais”.

“Depois das promessas não cumpridas, Lula fez o acordo dos biocombustíveis e foi aí que o jogo virou. Passou a falar em usinas, foi a inaugurações em que foi recebido com tapete vermelho de 10 metros pelos fazendeiros...”, lamenta o cacique.

Como desgraça pouca tem sido bobagem, os indígenas, na prática, não podem contar com o órgão oficial que em tese deveria estar a serviço de seus interesses. “A FUNAI, por sua vez, alega falta de estrutura. Não é o que vemos quando vamos lá. Tem funcionário se amontoando, assim como as cestas básicas que deveriam ser entregues aos índios”, critica.

Conforme avança a conversa com a liderança guarani, o mesmo ocorre com o grau de surpresa a respeito dos atos do órgão indigenista, o que faz suspeitar que seu principal papel seja o de praticar um jogo duplo que contenha a indignação dos índios, ao passo que mantém na mais extrema morosidade os processos de reconhecimento e entrega de terras. Inclusive, fazendo ameaças.

“A FUNAI tenta nos retaliar quando nos pronunciamos, vem dizer que não podemos e fazem ameaças. Foram ao MP pedir algum tipo de decreto que impedisse oficialmente as lideranças de se pronunciarem publicamente. Mas não tenho medo disso, vou falar. Alguém tem que sair de lá e falar. Outros também farão isso”.

Uma política de Estado

Apesar da indignação que se espalha com considerável alcance pelo país ante uma clara possibilidade de genocídio, não se pode vender ilusões de que a atual mobilização pelos direitos indígenas (reconhecidos pelo Brasil em sua Constituição e também por convenções da Organização Internacional do Trabalho) carregue consigo grandes chances de êxito, ao menos no curto prazo.

“Ao contrário do que diz o governador, não queremos o MS todo pra gente. Mas com 3539 hectares habitados por 16.000 famílias não há espaço pra mais nada, não tem onde plantar mais alguma coisa. As áreas que um dia foram demarcadas pelo antigo SPI (Serviço de Proteção ao Índio) já estão todas lotadas. A FUNAI demarcou mais 12, todas já lotadas. E ainda por cima cercadas pelo agronegócio”, explica Ládio.

Dessa forma, depreende-se que não é sem alguma “racionalidade” que os fazendeiros intensificaram sua ofensiva antiindígena nos anos Lula/Dilma. Noves fora a milonga governista, as medidas práticas saídas de Brasília vão no claro sentido de incentivar os monocultivos e a total e desbragada exploração capitalista dos bens naturais.

A recente destruição via parlamentar do Código Florestal apenas escancara o caminho tomado pelo governo autointitulado “democrático-popular”. Com isso, não se pode colocar somente na conta de políticos, magistrados e fazendeiros locais a atual barbárie, representada por diversos cercos a aldeias indígenas em todo o estado, o que denota uma coordenada estratégia política, certamente bem calculada e amparada nos bastidores da República.

“Não tem mais Cerrado, Caatinga, mata alta... Estão acabando com tudo. Não temos mais as plantas medicinais que existiam aqui, por exemplo, pois pra onde se olha é um mar de cana. Eles derrubam tudo mesmo, cada árvore, dizendo que é por causa do veneno jogado por avião nos monocultivos. E aí não tem limites de intoxicação... A água da aldeia Takuara era cristalina; hoje está amarelada, pela poluição, agrotóxicos. Não tem mais peixe, não dá pra caçar, os rios estão secando”, enumera Ládio.

Enquanto isso, os guarani seguem em seu clamor por socorro e solidariedade, pois, ao contrário do homem branco explorado, não aceita ou deseja compreender a retirada do habitat natural em favor de um “desenvolvimento” que jamais debateram. Milênios antes dessa cunha, já tocavam suas vidas em harmonia com a natureza com a clareza de que tais terras são seu sustento, sendo obrigatória sua permanente preservação, através de todas as gerações.

“Esse Código Florestal que fizeram aí já está acabando com tudo. O cheiro da cana é insuportável. Mesmo ficando a alguns quilômetros da cidade, quando o vento bate nessa direção todos podem sentir, a garganta seca, pessoas passam mal... E o Lula teve a coragem de inaugurar usina em cima de terra indígena, no caso a Usina Nova América. Esse governo só olha o dinheiro, o lucro, esquece que existem povos e nações ali”.

(Des)governo do Rio de Janeiro gastou apenas 26,8% com servidores públicos



"O limite prudencial de gastos com servidores seria de 46,5%, mas o valor gasto foi de 26,8%. O governo deixou de investir 8 bilhões nos servidores públicos. Isso já motivo mais do que suficiente para que a gente vote contra essas contas. Foram contas que beneficiaram muito mais os contratos sem licitações, por exemplo com a Delta, do que os servidores públicos, não investiram o que deveriam nas universidades públicas (...) Em nome da valorização do servidor público (...) votamos contra as contas do governo do estado", disse Marcelo Freixo no plenário da Alerj nesta 3a. feira.


Enquanto isso.... Alerj aprovou hoje mais um projeto que favorece as empresas de ônibus sem compensações para os passageiros. ..... O projeto concede isenção de ICMS às empresas que monopolizam o transporte público no Rio de Janeiro


Os Guarani-Kaiowá do Mato Grosso Sul como expressão maior da guerra declarada aos povos indígenas

Marcos A. Pedlowski, artigo publicado inicialmente no site da Revista Somos Assim


Os efeitos mais visíveis do frenesi causado pela aplicação do paradigma das parcerias público/privadas (PPPs) estão sendo sentidos em grandes cidades brasileiras onde, sob a desculpa da modernização neodesenvolvimentista, centenas de comunidades pobres estão sendo erradicadas a ferro e a fogo (em especial na capital de São Paulo). Para completar, temos ainda as orgias com recursos públicos que estão alimentando empreiteiras e empreendedores imobiliários como parte da preparação de megaempreendimentos, sejam estes esportivos ou da chamada infraestrutura. Neste caso, aqui no Rio de Janeiro temos os escandalosos casos do Complexo Portuário-Industrial do Açu e da reforma do Estádio do Maracanã, onde comunidades inteiras estão sendo esfaceladas para benefício amplo, geral e irrestrito do setor privado.

No entanto, um ataque silencioso e longe da atenção dos setores que se preocupam com esta verdadeira guerra aos pobres está se dando em relação a um segmento historicamente massacrado pelos diferentes ciclos de acumulação do modelo de capitalismo criado no Brasil. Falo aqui das nações indígenas que conseguiram sobreviver ao ciclo de massacres que se iniciou quando Pedro Álvaro Cabral aportou por aqui para reclamar estas terras para o Império Colonial Português. Parafraseando o ex-metalúrgico Luis Inácio Lula da Silva, eu diria que nunca antes na história do Brasil viu-se um ataque tão bem organizado contra os povos indígenas que resistiram ao script da extinção.

Mas, antes de adentrar a caudalosa situação legal que está sendo gestada para retirar os povos indígenas das poucas áreas que conseguiram ter garantidas pelo Estado brasileiro, é preciso ressaltar que muito provavelmente o Brasil hospeda uma das maiores diversidades étnicas e linguísticas que existem no planeta. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), organização não-governamental ligada ao Conselho Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), existem, no Brasil, pelo menos 230 nações indígenas consideradas como contatadas, e outro número indefinido que ainda se encontra isolado ou resistindo ao contato com o Estado brasileiro e com a chamada civilização branca. De quebra, o Censo do IBGE de 2010 aponta que o número de indígenas chegava a 896.917 indivíduos, sendo que destes 324.834 vivem em cidades, e o restante em áreas rurais, representando aproximadamente 0,47% da população brasileira.

Enquanto estes dados populacionais mostraram uma surpreendente reversão na paulatina extinção dos povos originais brasileiros, os mesmos deixaram obscurecido outro fato importante que é a precária situação fundiária em que muitas comunidades se encontram. O mesmo CIMI relata que das 1.044 áreas identificadas como sendo tradicionalmente ocupadas por nações indígenas, apenas 361 estão devidamente registradas. O restante das áreas está sob diferentes status fundiários, e uma grande parte ocupada por latifundiários que se apossaram destas terras ilegalmente.

Infelizmente para os povos indígenas, a coisa que já vinha ruim antes dos dois mandatos do Presidente Lula piorou ainda mais com o advento das PPPs e da implementação do infame Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); é que em função da adoção da nova ortodoxia neodesenvolvimentista configurada pelas PPPs e pelo PAC, mesmo as áreas indígenas registradas passaram a ter a sua inviolabilidade questionada. E o argumento para isto é o mesmo que se aplica no Rio de Janeiro: as áreas indígenas não podem se tornar obstáculo a um suposto esforço neodesenvolvimentista do Estado brasileiro. 

A coisa anda tão séria que até uma proposta de substitutivo que visa permitir a mineração em terras indígenas anda galopando por diferentes comissões do Congresso Brasileiro. Esta minuta ao Projeto de Lei 1610/1996 visa explicitamente autorizar operações de mineração dentro de áreas indígenas, coisa que atualmente está proibida. Além de uma óbvia “corrida do ouro” que a aprovação deste substitutivo causaria, haveria ainda uma ampliação das invasões e da violência contra os povos indígenas, bem como da mercantilização das terras invadidas. O pior é que neste processo não apenas as organizações sociais que apoiam a causa indígena estão sendo esquecidas, mas, principalmente, os mais diretamente interessados na questão, que são as próprias comunidades que vivem nas áreas que se pretende liberar, pelo menos inicialmente, para a mineração.

O maior exemplo do que acontece com populações indígenas que têm o azar de ficar no meio do caminho deste modelo neodesenvolvimentista são os Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Ali, em pleno coração do latifúndio sojeiro e da monocultura do eucalipto, os Guarani-Kaiowá estão sob constante ataque armado de fazendeiros e milícias privadas. Em função disto, apenas em 2012 os Guarani-Kaiowá já sofreram todo tipo de violência, que vai desde o estupro de adolescentes até o assassinato de suas lideranças comunitárias. O caso dos Guarani-Kaiowá é ainda mais gritante, porque várias homologações de novas reservas feitas pelo governo federal foram embargadas pelo Supremo Tribunal Federal que preferiu legislar em favor de fazendeiros que as ocupam ilegalmente.

O trágico disto tudo é que os povos indígenas e a defesa de seus interesses fundamentais não estão recebendo o mesmo tipo de atenção “politicamente correta” que outras causas pós-modernas vêm recebendo. Talvez porque afrontem a nova face pró-mercado do PT. Tudo muito a gosto de quem explora e saqueia as riquezas existentes no Brasil desde 1500.

(DES) GOVERNO DE SÉRGIO CABRAL DECLARA GUERRA À UENF E ARROCHA ORÇAMENTO DE 2013

Alguém no governo do Rio de Janeiro deve mesmo detestar as universidades estaduais e, em especial, a UENF. Paranóia? Sentido de perseguição? Efeitos colaterais de drogs anti-depressivas? Não, não é nada disso. Essa impressão vem da análise da proposta orçamentária enviada pelo governo à ALERJ para a UENF usar em 2013 (Ver anexo).

Uma primeira análise mostra que o orçamento da UENF deverá encolher em pelo menos 7,69% em relação a 2012. Para piorar, as áreas mais afetadas serão "ensino, pesquisa e extensão", salários e o interminável bandejão.

Na questão dos salários salta aos olhos o fato de que o aumento proposta (4,28%) sequer deverá cobrir o incremento com triênios e outros direitos trabalhistas. O pagamento da Dedicação Exclusiva? Isto nem pensar.

Mas também me causam espécie nesta proposta do governo, as questões relacionadas à propalada expansão da UENF cuja rubrica deverá experimentar um corte de 5.000%! O segundo colocado nesta corrida de tesouras afiadas é a obra do bandejão cujo corte proposto pelo governo é de "minguados" 980%!

Diante deste quadro de rubricas é que eu me pergunto como ficaremos em 2013. A minha avaliação é que a próxima audiência da Comissão de Educação não deveria se reduzir às famosas e inúteis demandas por emendas que nunca saem do papel. A questão central é discutir o processo de sucateamento em curso e o massacre salarial a que estamos sendo submetidos.

Confira a proposta do (des) governo de Sérgio Cabral abaixo!


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

OGX perdeu 69,5% do valor de mercado, estima Economatica

Empresa do empresário Eike Batista teve queda de US$ 16,310 bilhões em valor de mercado somente este ano

Eulina Oliveira, da


Fernando Cavalcanti/EXAME.com
Eike Batista na abertura de capital da OGX: empresa teve a maior queda porcentual (69,5%) no ranking da Economatica

São Paulo - A OGX Petróleo, companhia do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, teve queda de US$ 16,310 bilhões em valor de mercado somente este ano, segundo levantamento feito pela consultoria Economatica com 1.948 empresas de capital aberto da América Latina e Estados Unidos. Segundo o estudo, 13 empresas da amostra registraram perda de valor de mercado superior a US$ 10 bilhões este ano, até sexta-feira, dia 26, e a OGX é a que teve a maior queda porcentual (69,5%). Seu atual valor de mercado é de US$ 7,170 bilhões.

Entre as 13 empresas, quatro são brasileiras, uma mexicana e oito dos Estados Unidos. A companhia com a maior queda nominal da amostra é a americana Conocophillips, do setor de produtos de petróleo e carvão, com queda nominal de US$ 27,146 bilhões (-28,1%). Já a companhia latina com a maior queda nominal é a OGX.

As outras brasileiras da lista são a Vale (queda de US$ 12,398 bilhões em valor do mercado, ou -11,7%), Itaú Unibanco (perda de US$ 10,526 bilhões, ou -14,4%) e Petrobras (queda de US$ 10,263 bilhões, ou -6,6%).

Atualmente, o valor de mercado da Vale é de US$ 93,128 bilhões, da Petrobras, US$ 145,172 bilhões e do Itaú Unibanco, US$ 62,715 bilhões.

FONTE: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/ogx-perdeu-69-5-do-valor-de-mercado-estima-economatica
Um outro olhar sobre as UPPS
O filme 5 X Pacificação procura entender as lógicas por detrás da militarização das favelas cariocas

POR AMILTON PINHEIRO


Em 5x Pacificação, um retrato (por todos os ângulos) após a chegada das UPPs


Durante grande parte de sua adolescência, Wagner Novais (o Wavá) teve que aprender a conviver com as trocas de tiros entre policiais e traficantes na comunidade Cidade de Deus, lugar onde nasceu e cresceu (hoje ele mora em Taquara, Jacarepaguá). “Lembro que, quando voltava da escola era surpreendido por tiros entre policiais e bandidos, entrava no primeiro buraco que encontrava. Ficava ali até que acabasse a chuvarada de balas, que podia durar um bom tempo. Chegava cansado em casa e perdia muito tempo com isso, além do medo de morrer por um daqueles tiros. Conviver com essa triste realidade não foi nada fácil”, revela Wavá, um dos diretores de 5 X Pacificação, documentário em cinco episódios que chega aos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília no mês de novembro. O filme vem com a chancela do diretor Cacá Diegues e de Renata Almeida Magalhães e da produtora Luz Mágica, além do apoio da Globo Filmes, o que não é nada mal, diga-se de passagem.


Cacá Diegues foi produtor de 5 X Favela – Agora Por Nós Mesmos, filme ficcional em que Wavá dirigiu um dos episódios, Fonte de Renda, com Manaíra Carneiro. “Foi uma experiência muito gratificante e me ajudou muito a me firmar no cinema, saber que era isso que eu queria fazer, mesmo com todas as dificuldades que se tem em produzir cinema no Brasil, ainda mais sendo um morador de morro e pobre”, fala Wavá.


As instalações das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas cariocas começaram em 2008, quando foi montada a primeira unidade no morro Dona Marta. Hoje, grande parte das comunidades já contam com as UPPs, mas o problema do tráfico e da violência ainda não foi resolvido totalmente. “Só militarizar essas áreas não resolve o problema, pois todos nós sabemos que é um problema social. As pessoas dessas comunidades não querem somente isso, queremos mais. As UPPs não provocam um movimento social de que tanto necessitamos. Ajudam, em termos, com parte da violência vinda do tráfico, da velha guerrilha urbana”, conta Wavá.

Esse questionamento está presente no filme, que analisa todos os lados dessa equação: Polícia, bandido, moradores e a visão do “asfalto”.

O problema da violência não foi resolvido satisfatoriamente, é o que revela os jornais e a TV que, vez ou outra, trazem um morador reclamando de abusos dos policiais das UPPs. Os moradores não se acostumaram com os toques de recolher, com as revistas vexatórias. Além disso, segundo alguns, há invasões de residências, saques, humilhações, agressões e até tortura. O que todos falam, mesmo indiretamente devido ao medo é que: “Não vamos ter paz enquanto os policiais estiverem presentes nos morros.”

Pode parecer paradoxal esse depoimento coletivo, ainda mais quando revemos as imagens dos noticiários que mostravam traficantes fugindo apressados dos-morros invadidos e a população comemorando a ação dos policiais.


O diretor Wagner Novais, responsável pelo episódio Asfalto


“AS PESSOAS NÃO QUEREM CONTROLE, QUEREM PAZ!”

O diretor Wagner Novais, hoje com 28 anos, fez parte da oficina de cinema da Cidade de Deus e foi bolsista na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio de Janeiro. Sabe bem as dificuldades que enfrentou e ainda enfrenta para viver dignamente. Muitas vezes não ia para a escola por falta de dinheiro para pagar a passagem e, quando o curso durava o dia todo, não comparecia porque não tinha nem para comer. Mas Wavá foi aproveitando as poucas oportunidades que iam aparecendo e focava todas as suas energias nelas.

O fato de ter crescido num dos lugares mais violentos do Rio de Janeiro lhe deu uma visão mais aguda sobre a complexidade da questão do tráfico e da violência nas favelas cariocas. “Acho que as UPPs foram necessárias para acabar com o estado de coisas que estávamos passando, dos problemas decorrentes do tráfico e das milícias. Mas todos nós sabemos que esses problemas foram gerados pela ausência do Estado nesses lugares e de uma má distribuição de renda, o que levou muita gente a buscar alternativas de sobrevivência, mesmo sendo essas alternativas ilícitas. Agora muito bem, as UPPs estão lá instaladas e o que virá depois, pois somente isso não é suficiente. Precisamos de outras políticas públicas, como mais empregos, saúde, habitação, transporte e educação. Precisamos de políticas que nos tornem cidadãos, que possamos ter condições de igualdade como qualquer outra pessoa, seja do morro ou do asfalto.” Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em sua última pesquisa sobre emprego, renda, escolaridade e acesso a novas tecnologias, a geração de empregos formais nas favelas e morros pacificadas é maior do que nas áreas metropolitanas. Mas a renda ainda continua inferior se comparada com as regiões metropolitanas, o que não ajuda a diminuir as desigualdades que existem entre asfalto e morro. “As UPPs não garantem desenvolvimento local. As pessoas não querem controle, querem paz”, desabafa Wavá.


Mas melhorias, independentemente das pesquisas oficiais, aconteceram. Haja vista a valorização dos imóveis nas áreas pacificadas. Os preços assustam até mesmo o diretor. “Eu nasci e cresci em Cidade de Deus, tenho minha família e meus melhores amigos morando lá, o que me faz ter uma saudade imensa do local, apesar de visitar sempre. Penso em voltar, mas os aluguéis aumentaram muito nos últimos meses, por isso venho adiando esse retorno”, conta. Em relação à Cidade de Deus, Wavá lembra que, na época em que morava lá, havia apenas um colégio que ensinava o segundo grau e a opção para estudar era somente no período noite.


“Mais uma vez pergunto, depois das UPPs, o poder público vai levar melhores escolas, mais transporte público, mais postos de saúde, mais emprego, mais lazer e cultura? Pois precisamos desenvolver de fato esses lugares, o que só acontece com emprego e melhores condições.”

PARA GERAR DISCUSSÃO

5 X Pacificação tem cinco episódios: Asfalto, de Wagner Novais; Polícia, de Rodrigo Felha; Bandido, de Luciano Vidigal; Morro, de Cadu Barcelos; e Complexo, produzido pelos quatro diretores.

O primeiro episódio traz a opinião dos vizinhos das comunidades pacificadas sobre as UPPS. O segundo investiga a preparação de novos policiais que atuarão nessas áreas. Em Bandido, ex-traficantes contam suas histórias e a tentativa de se reintegrarem à sociedade. O último episódio, Complexo, estava fora do roteiro original, porém, com a ocupação do Complexo do Alemão e da Rocinha em pleno processo de produção do filme, os diretores perceberam a importância desses fatos e decidiram terminar a obra com avaliações próprias.

A obra quer gerar discussões acerca dos alcances das UPPs nos morros e nas favelas, se essa política pública de segurança é suficiente (mesmo já respondendo que não), do que precisa ainda para avançar, da visão da população em relação às UPPs, da maneira como os policiais trabalham nelas, da relação dos policiais com a comunidade, ou seja, o que de fato melhora nesses lugares com a implantação das UPPs. “Precisamos de uma polícia menos corrupta e que não tenha preconceito com os moradores das favelas e dos morros quando vão nos abordar. Queremos conviver sem medo e sem ter receio de ser confundido com um bandido e levar um tiro por isso”, acrescenta Wavá. Outro problema que o filme levanta é a visão da comunidade em relação à questão da legalidade. Os moradores têm outra lógica a esse respeito, segundo o diretor. Ele cita o exemplo dos “gatos” de canais de TV a cabo, que muito tinham e ainda têm. “A polícia não pode chegar lá e prender todo mundo. Tem que dar um tempo para as pessoas irem legalizando esses serviços, sem precisar passar por nenhum constrangimento. Em relação à convivência de um espaço público, quem nasce e vive num morro tem outra lógica, quanto a sua ocupação. Os bailes funks, por exemplo, agora têm hora de começar e acabar, pois as pessoas que organizam esses eventos estão aprendendo a respeitar os outros moradores. Tem muita gente que trabalha e precisa dormir cedo. Nos morros e nas favelas pacificadas os bailes têm hora de acabar e terminar.”

Justiça garante permanência de índios da Aldeia Maracanã no Museu do Índio



O juiz federal Renato Cesar Pessanha de Souza, da 8ª Vara Federal, concedeu liminar neste sábado, impedindo a retirada dos índios que ocupam o antigo Museu do Índio, no Maracanã. Segundo a sentença, o governo e a Conab ficam proibidos de executar “quaisquer atos abstratos ou concretos de retirada, expulsão, turbação ou esbulho dos índios da ‘Aldeia Maracanã’".

O juiz argumenta que o abandono do prédio por parte das autoridades motivou a ocupação dos índios em 2006 "para fins de reestruturá-lo e transformá-lo em um centro de resgate e divulgação da cultura indígena". Ainda segundo o juiz Pessanha de Souza, “não se pode ignorar a importância da preservação desse imóvel, de grande valor histórico e cultural e que serve de abrigo às comunidades indígenas que dele vêm se utilizando, as quais gozam de especial proteção do Estado, de índole constitucional”. Ele ainda explica que a FIFA jamais solicitou a demolição desse imóvel e, ao mesmo tempo, reconheceu a importância da sua preservação como um patrimônio da Cidade do Rio. 

O governo e a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), atual proprietária do imóvel, ainda podem recorrer da decisão. 

Fonte: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/10/27/justica-garante-permanencia-de-indios-da-aldeia-maracana-no-museu-do-indio/
LABORATÓRIO DE ANÁLISE DA VIOLÊNCIA DA UERJ PRODUZ RELATÓRIO SOBRE EVOLUÇÃO DAS MILICIAS NO RIO DE JANEIRO

Os pesquisadores Ignacio Cano e Thais Duarte assinam um importante relatório produzido pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ) sobre o crescimento e poder das milicias no Rio de Janeiro.

O relatório intitulado " "NO SAPATINHO": A EVOLUÇÃO DAS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO (2008-2011)" pode ser obtido Aqui!

domingo, 28 de outubro de 2012

A fome: desafio ético e político

por Leonardo Boff,Teólogo/Filósofo


Por causa da retração econômica provocada pela atual crise financeira, o número de famintos, segundo a FAO, saltou de 860 milhões para um bilhão e duzentos milhões. Talfato perverso impõe um desafio ético e político. Como atender as necessidades vitais destes milhões e milhões?

Historicamente este desafio sempre foi grande, pois a necessidade de satisfazer demandas por alimento nunca pôde ser plenamente atendida, seja por razões de clima, de fertilidade dos solos ou de desorganização social. À exceção da primeira fase do paleolítico quando havia pouca população e superabundância de meios de vida, sempre houve fome na história. A distribuição dos alimentos foi quase sempre desigual.

O flagelo da fome não constitui, propriamente, um problema técnico. Existem técnicas de produção de extraordinária eficácia. A produção de alimentos é superior ao crescimento da população mundial. Mas eles estão pessimamente distribuídos. 20% da humanidade dispõe para seu desfrute 80% dos meios de vida. 80% da humanidade deve se contentar com apenas 20% deles. Aqui reside a injustiça.

O que ocasiona esta situação perversa é a falta de sensibilidade ética dos seres humanos para com seus coiguais. É como se tivéssemos esquecido totalmente nossas origens ancestrais, aquela da cooperação originária que nos permitiu sermos humanos.

Esse déficit em humanidade resulta de um tipo de sociedade que privilegia o indivíduo sobre a sociedade, valoriza mais a apropriação privada do que a coparticipação solidária, mais a competição do que a cooperação, dá mais centralidade aos valores ligados ao masculino (no homem e na mulher) como a racionalidade, o poder, o uso da força do que os valores ligados ao feminino (também no homem e na mulher) como a sensibilidade aos processos da vida, o cuidado e a disposição à cooperação.

Como se depreende, a ética vigente é egoísta e excludente. Não se coloca a serviço da vida de todos e de seu necessário cuidado. Mas está a serviço dos interesses de indivíduos ou de grupos com exclusão de outros.

Uma desumanidade básica se encontra na raiz do flagelo da fome. Se não vigorar uma ética da solidariedade, do cuidado de uns para com os outros não haverá superação nenhuma.

Importa considerar que o desastre humano da fome é também de ordem política. A política tem a ver com a organização da sociedade, com o exercício do poder e com o bem comum. Já há séculos, no Ocidente, e hoje de forma globalizada, o poder político é refém do poder econômico, articulado na forma capitalista de produção. O ganho não é democratizado em benefício de todos, mas privatizado por aqueles que detém o ter, o poder e o saber; só secundariamente beneficia os demais. Portanto, o poder político não serve ao bem comum. Cria desigualdades que representam real injustiça social e hoje mundial. Em consequência disso, para milhões e milhões de pessoas, sobram apenas migalhas sem poder atender suas necessidades vitais. Ou simplesmente morrem em consequência das doenças da fome, em maior número, inocentes crianças.

Se não houver uma inversão de valores, se não se instaurar uma economia submetida à política e uma política orientada pela ética e uma ética inspirada numa solidariedade básica não haverá possibilidade de solução para a fome e subnutrição mundial. Gritos caninos de milhões de famintos sobem continuamente aos céus sem que respostas eficazes lhes venham de algum lugar e façam calar este clamor.

Por fim, cabe reconhecer que a fome resulta também do desconhecimento da função das mulheres na agricultura. Segundo a avaliação da FAO são elas que produzem grande parte do que é consumido no mundo: de 80% - 98% na África subsaariana, de 50%-80% na Ásia e 30% na Europa central e do leste. Não haverá seguridade alimentar sem as mulheres agricultoras, caso não lhes for conferido mais poder de decisão sobre os destinos da vida na Terra. Elas representam 60% da humanidade. Por sua natureza de mulheres são as mais ligadas à vida e à sua reprodução. É absolutamente inaceitável que, a pretexto de serem mulheres, se lhes neguem os títulos depropriedade de terras e o acesso aos créditos e a outros bens culturais. Seus direitos reprodutivos não são reconhecidos e se lhes impede o acesso aos conhecimentos técnicos concernentes à melhoria da produção alimentar.

Sem estas medidas continua válida a crítica de Gandhi: ”a fome é um insulto; ela avilta, desumaniza e destrói o corpo e o espírito…senão a própria alma; é a forma de violência mais assassina que existe”.

Veja do autor o livro: Comer e beber juntos e viver em paz, Vozes 2006.
MARKETING ACADÊMICO: ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O PROCESSO SELEÇÃO DO CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE POLÍTICAS SOCIAIS DA UENF

O Edital referente ao processo de seleção para o Programa de Pós-Graduação Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Clique Aqui! para ter acesso ao Edital completo para o processo de seleção visando o ingresso no 1º semestre de 2013!


Duas dicas importantes aos potenciais interessados: quanto mais rápido se obtiver a bibliográfica básica que está listada no edital, melhor! Outro passo igualmente importante seria procurar os orientadores potenciais para verificar quais temas/objetos seriam mais pertinentes para preparação do pré-projeto de pesquisa que é um item fundamental no processo de seleção.

sábado, 27 de outubro de 2012

Bastidores da tragédia Kaiowá-Guarani: Multinacionais, partidos, Justiça…


Guerreiro guarani-kaiowá do acampamento de Pyelito Kue (Foto: Spensy Pimentel)

Antropólogo e jornalista, Spensy Pimentel deixou, em 2007, o trabalho como repórter especial em Brasília, na Agência Brasil, para se dedicar à pesquisa de doutorado na USP, sobre a vida política dos Guarani-Kaiowá, atualmente em fase de conclusão.
Spensy já tinha defendido o mestrado, também na USP, sobre a epidemia de suicídios verificada entre esses indígenas desde os anos 80. Realizou pesquisa no Mato Grosso do Sul exatamente no periodo em que os conflitos entre índios e fazendeiros se acirraram, desde 2009.

Em 2011, Spensy Pimentel lançou, junto com parceiros, o vídeo "Mbaraká – A Palavra que age", sobre o envolvimento dos xamãs Guarani-Kaiowá com a luta pela terra em MS.

Nesta conversa com Terra Magazine, o antropólogo Spensy Pimentel elenca alguns dos atores presentes nos bastidores dessa tragédia:

- (…) O movimento de recuperação das terras, que organiza as grandes assembleias (Aty Guasu), é uma reação a esse confinamento que o Estado brasileiro impôs aos Kaiowá e Guarani. 

Diz ainda Spensy Pimentel:

- Esse confinamento foi realizado para viabilizar a instalação do agronegócio ali: cana, soja, gado, milho produzidos para exportação, em parceria (insumos, apoio tecnológico e, muitas vezes, financiamento) de multinacionais como Bunge, Cargill, ADM, Monsanto…

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Terra Magazine: Quando fui ao Mato Grosso do Sul, em 1999, encontrei dados que davam conta de 308 suicídios entre 1986 e 1999. Recentemente, a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) divulgou que, de 2000 a 2011, foram mais 555 casos. Como os indígenas percebem o fenômeno?

Spensy Pimentel: Há uma série de dificuldades para acessar o que os Kaiowá e Guarani entendem sobre essas mortes. Em primeiro lugar, pode-se compreender que, para qualquer família em que acontece uma morte desse tipo, há, muitas vezes, certa reserva, certo receio de falar a respeito. As informações que pude obter se baseavam, em geral, na conversa com pessoas que conviviam com as famílias onde os casos ocorreram. A partir daí, é possível obter dados sobre as motivações das pessoas – boa parte, jovens – e sobre a forma como os familiares reagem. Em geral, posso dizer que, ao contrário do que já avaliaram algumas pessoas, essas mortes são, sim, um grande incômodo para as famílias Kaiowá e Guarani.

Por que isso está acontecendo?

Não é por acaso que essas mortes começaram a acontecer em maior número desde os anos 80. Os Kaiowá e Guarani mais antigos não se lembram de ter visto mais que um ou dois casos de enforcamentos antes desse período. Esse tipo de morte existia, mas era raro. Nos anos 80, no fim do regime militar, completa-se o processo de expulsão desses indígenas das áreas que eles ocupavam, em geral, nas beiras de rios e córregos, por todo o sul de Mato Grosso do Sul. Dezenas de grupos são literalmente despejados dentro das antigas reservas demarcadas pelo Serviço de Proteção ao Índio entre 1915 e 1928 para liberar a região para o agronegócio. É o que alguns chamam de “confinamento”, pois as antigas áreas, somadas, não passavam de 18 mil hectares. O processo não ocorreu sem reação por parte dos indígenas. Se você olhar os arquivos, vai ver notícias sobre grupos que resistiam aos despejos já em 1978, 1979.

O confinamento tem relação direta com essa tragédia dos suicídios, então?

Essa ação – movida em plena ditadura, é sempre bom lembrar – gerou uma mistura muito grande de famílias vindas de lugares diferentes, sem laços construídos historicamente, disputando recursos em áreas extremamente limitadas. Essas pessoas ficaram submetidas a alguns grupos recrutados pela Funai, como antes pelo SPI, em torno de um "capitão", que era um indígena empoderado pelo Estado para, em alguns lugares, ser uma espécie de microditador ali do local. Essas figuras recebiam apoio da ditadura para reprimir os demais indígenas que tentassem voltar para seus lugares de origem, como eles fazem até hoje, em casos como o de Pyelito. Foi nesse ambiente autoritário, opressor e miserável que os suicídios se multiplicaram. Só muito recentemente a Funai deixou de empoderar esses capitães.

As pessoas têm uma enorme ansiedade de voltar para seus lugares de origem, que chamam de "tekoha" (lugar onde se pode viver do nosso jeito). Elas querem escapar das reservas porque, ali, sentem que vivem mal. O ambiente nesses lugares é, hoje, tão precário que os jovens estão fazendo rap, eles se identificam com os problemas que grupos como o Racionais MC’s expõem em suas músicas, em relação às favelas de São Paulo: violência, racismo… Em suma, o Brasil impôs um projeto para os Kaiowá e Guarani que eles não aceitam.

Os acampamentos como o de Pyelito, do pessoal que escreveu a famosa carta-testamento há duas semanas, são, então, formados por gente que quer fugir dessa realidade?

Exatamente. Existem, hoje, mais de 30 acampamentos Kaiowá e Guarani espalhados por beiras de estrada, ou dentro de fazendas, em áreas que eles ocuparam. A isso se somam mais de 20 áreas que foram recuperadas e regularizadas, depois da dura pressão dos indígenas, com mortes de lideranças, etc. Só que essas áreas são quase todas muito pequenas, algumas têm apenas 500 hectares. O Panambizinho, que você visitou em 1999, tem 1,2 mil hectares e foi a única área homologada no governo Lula que não foi embargada pelo STF. Então, essas novas áreas não deram conta de resolver a situação, foram só uma forma de empurrar com a barriga o problema. Sem falar que muitas terras, mesmo as demarcadas, não podem ser ocupadas por conta de intermináveis disputas na Justiça.

Quais as perspectivas de resolver o conflito, de se colocar um fim a essa tragédia?

A atual mobilização que surgiu na internet é muito importante, sobretudo porque a maior arma dos que querem impedir as demarcações é a ignorância das pessoas sobre o que se passa em Mato Grosso do Sul. Quem sabe agora o governo federal e o Supremo Tribunal Federal ajam (há ações esperando há anos para serem julgadas ali). Não é só a Funai que tem responsabilidade nessa história. Alguns processos já estão no Ministério da Justiça ou no Palácio do Planalto, esperando providências. Outros estão no STF ou no TRF da 3ª Região, em São Paulo.

O movimento de recuperação das terras, que organiza as grandes assembleias (Aty Guasu), é uma reação a esse confinamento que o Estado brasileiro impôs aos Kaiowá e Guarani. Esse confinamento foi realizado para viabilizar a instalação do agronegócio ali: cana, soja, gado, milho produzidos para exportação, em parceria (insumos, apoio tecnológico e, muitas vezes, financiamento) de multinacionais como Bunge, Cargill, ADM, Monsanto…

Pesos pesados…

Sim, e não apenas estes. A disputa é desigual porque os indígenas lutam na Justiça por anos com fazendeiros que contratam advogados com o dinheiro que estão extraindo daquelas terras. Não é justo, as empresas que compram essa produção têm de ser responsabilizadas, esse movimento já está começando. Algumas empresas recentemente anunciaram que deixariam de comprar cana produzida em terras disputadas, mas isso ainda é muito restrito. Não se tem notícia de providência semelhante por parte da Petrobras, por exemplo. E o BNDES, apesar de ser provocado há anos pelos movimentos sociais e o MPF, ainda não adotou uma política de frear financiamentos que afetem essas terras. Há muito interesse político em jogo, o estado é governado desde 2007 pelo PMDB, "sócio" do governo federal, como se sabe.

Qual o estágio desse aspecto da questão, hoje?

Muitos dos envolvidos no debate, hoje, não negam a possibilidade de pagar indenizações aos fazendeiros que realmente tenham adquirido as terras de boa fé. Sabemos que muitos deles foram levados ali por incentivo do governo federal ou do Estado. Mas é fato também que muitos deles não têm agido "de boa fé" quando contratam homens armados para atacar os índios ou quando tentam obstruir os trabalhos da Funai na Justiça, na arena política em Brasília, ou até mesmo ameaçando antropólogos, como já aconteceu recentemente. De boa fé seria, neste momento, tentar ajudar a resolver essa crise humanitária por que passam os Kaiowá e Guarani e não tentar lavar as mãos, como alguns vêm fazendo.

Os Kaiowá ficaram conhecidos nos últimos anos como "índios suicidas", alguns dizem que isso "faz parte da cultura deles". Que lhe parece isso?

Essa ideia da "cultura" tem sido, sistematicamente, usada contra eles. Dizem que se matam para ir à Terra sem Males. Isso é um equívoco, por vezes, uma perversidade, porque dá a ideia de que os brancos no Estado de MS – e do resto do Brasil, que compram o que é produzido lá – não são responsáveis pelo que está acontecendo com os indígenas. São responsáveis, sim. O destino post mortem de alguém que se enforca não é bom, as pessoas não são incentivadas socialmente a se matar, isso não existe. São incentivadas a lutar por suas terras, a serem guerreiros, isto sim.

O que existe é um sentimento muito grande de revolta dos jovens, com a situação que eles vivem, que se transforma em uma violência contra si mesmos e suas famílias. Mas quem é que gerou essa situação que causa a revolta? Não foram os indígenas, foram os brancos, com o confinamento. Os acampamentos, repito, são uma reação ao confinamento. Ali, como diz a carta do pessoal de Pyelito, eles vivem coletivamente e morrem coletivamente, estão buscando um estilo de vida que rompe com o que é oferecido nas reservas, o individualismo das cidades, o trabalho degradante nas usinas de cana…

Aí os "suicídios"…

Há suicídios nos acampamentos? Sim, alguns, porque a situação, em alguns momentos, se torna desesperadora. Ainda assim, os Guarani-Kaiowá persistem, porque o único caminho que percebem para fugir à miséria e à fome é a luta pela terra.

AS 10 MULTINACIONAIS MAIS PERIGOSAS DO MUNDO: A VALE ESTÁ NA LISTA!


Num tempo em que existem todos os tipos de ranqueamentos, o site "ECOSAS" organizou a lista das 10 multinacionais mais perigosas do mundo. E é claro que tem uma multinacional brasileira no meio do rolo, a Vale.

Mas interessante são os fatores utilizados pela ECOSAS para compilar a lista:  desrespeito aos direitos dos trabalhadores, violações dos direitos humanos,remoção de populações inteiras de seus territórios tradicionais,  degradação ambiental, e por ai foi.

Bom, pensando bem o Grupo EBX pode até não merecer figurar nesta lista, mas já assegurou uma menção desonrosa com suas práticas no Açu!


Las 10 multinacionales mas peligrosas del mundo

Ya no importa donde vivas, es imposible escapar de la globalización.
La única salida, es informarse para poder elegir con conciencia antes de comprar.
Comenzar a cultivar y a fabricar tus alimentos, reducir el consumo de petroleo y sus derivados, reforestar, comprar lo necesario, escuchar tu voz interior en vez de la voz de la publicidad...son pequeños paso para escapar de grandes monstruos.
Y recordar siempre que el poder de elección esta en uno, no les demos el placer de caer en sus zarpas.

1. Chevron


Varias de las grandes compañías petroleras estarian en esta lista, pero Chevron merece un lugar especial. Entre 1972 y 1993, Chevron (en ese entonces Texaco) vertió 18 mil millones de galones de agua tóxica en los bosques tropicales del Ecuador sin ningún tipo de reparación, destruyendo los medios de subsistencia de los agricultores locales y enfermando a las poblaciones indígenas. Chevron también ha contaminado en los EE.UU, en 1998, Richmond(California), demandaron a Chevron por vertido ilegal sin pasar por tratamientos de aguas residuales, contaminando los suministros locales de agua, ídem en New Hampshire en 2003.

Chevron fue el responsable de la muerte de varios nigerianos que protestaron en contra de la empresa por su presencia y explotación del delta nigeriano. Chevron pagó a la milicia local,conocida por sus abusos contra los derechos humanos, para aplastar las protestas, e incluso les proporcionó helicópteros y barcos. Los militares abrieron fuego contra los manifestantes, luego quemaron sus aldeas hasta el suelo.

2. De Beers




Esta empresa no escatima en gastos, y financia, apoya y crea autenticas guerrillas y dictaduras del terror para poder seguir obteniendo mediante explotación de niños y adultos, la preciada piedra. En Botswana, a DeBeers se le ha culpado por la "limpieza" de la tierra donde se extraen los diamantes, incluyendo el traslado forzoso de los pueblos indígenas que habían vivido allí durante miles de años. El gobierno supuestamente cortó el suministro de agua, los amenazó, los torturó y ahorcó públicamente a los resistentes.

No dejemos de lado su nula responsabilidad ambiental, sus nulos derechos laborales, las vidas humanas, y sus campañas rancias y machistas.

3. Phillip Morris

Phillip Morris es el mayor fabricante de cigarrillos de Estados Unidos y del mundo.

Se sabe que causan cáncer en los fumadores, así como defectos de nacimiento en los niños por nacer si la madre fuma durante el embarazo. El humo del cigarrillo contiene 43 carcinógenos conocidos y más de 4.000 sustancias químicas, incluyendo monóxido de carbono, formaldehído, cianuro de hidrógeno amoníaco, la nicotina, y el arsénico. La nicotina, la sustancia química principal psicoactivo en el tabaco, ha demostrado ser una adicción psicológica. Fumar aumenta la presión arterial, afecta el sistema nervioso central y constricción de los vasos sanguíneos. Las colillas de cigarrillos son uno de los principales contaminantes que los fumadores arrojan rutinariamente; lento para degradar. Muchos de estos filtros se abren camino en el suelo o en el agua, donde sus productos químicos se comportan como verdaderas sanguijuelas.

El tabaco no sólo contamina la tierra durante sus extensas hectáreas de monocultivo, las cuales son rociadas a diario de agro tóxicos, su producción industrial contamina (se utilizan enormes cantidades de papel, algodón, cartón, metal, combustibles...), su consumo contamina la atmósfera, daña a su comprador y a los que le rodean. Su colilla tarda años en degradarse proporcionándole al suelo y al agua una cantidad enorme de tóxicos.

4. Coca-Cola

La bebida favorita del mundo o "la leche del capitalismo", acumula demandas y sanciones en diversos países derivados de graves hechos de contaminación, malas prácticas laborales y uso de aguas no autorizados.

En la fase de producción, la compañía utiliza casi tres litros de agua por cada litro de producto terminado. Las aguas desechadas constituyen contaminantes, que la multinacional deposita en lugares protegidos, como ocurrió en Colombia, situación por la cual, fue multada en Agosto pasado, por la Secretaría Distrital del Ambiente, de la Alcaldía Mayoy de Bogotá, al demostrarse que habáin descargado sus desechos en el humedal de Capellania, en la zona de Fontibón.El hecho es considerado atentatorio contra un área de especial importancia y protección ecológica. El proceso por contaminación del Humedal Capellanía tiene su origen en la caducidad del permiso de vertimientos otorgado a la multinacinal por cinco años y la no autorización de la Secretaría de Ambiente para renovar este permiso. Posteriormente, mediante visitas técnicas fue verificado el estado de la red de alcantarillado de Coca Cola y la realización de descargas industriales, evidentemente no autorizadas.

Una situación muy similar ocurrió en la India en el 2005, donde alrededor de mil manifestantes marcharon para pedir que cerrara la planta cercana a Varanasi, ellos tenían la certeza de que todas las comunidades cercanas a plantas embotelladoras de Coca Cola padecen la falta y contaminación de sus suelos y napas freáticas. Análisis toxicológicos registran la presencia de altos porcentajes de pesticidas prohibidos como el DDT y como “buenos vecinos” distribuyeron sus desechos industriales a los campesinos de Mehdigani con el argumento de que servían para “abono” El resultado es que hoy los suelos son estériles.

Y como si fuera poco, la bebida en cuestión, junto con consumir agua en exceso no aporta ningún elemento nutritivo, al contrario, al contener altas concentraciones de azúcar, es uno de los principales contribuyentes de la obesidad que afecta cada vez en mayor medida a nuestras poblaciones del tercer mundo, generando por otra parte, problemas dentales. Y el efecto de " quitar la sed", lo logra mediante el uso de ácido fosfórico.

¿Sabías que ...
España es el país europeo que más Coca-Cola consume?
Otros productos suyos son Fanta, Sprite, Aquarius, Nestea, Minute Maid, Tab, Sonfil, Finley, Nordic Mist o Fruitopia (hay 324 distintos)?
Una lata de 33 cl. contiene unos 35 gr. de azúcar?
En 1931 Coca-Cola cambió el traje verde de Papá Noel a rojo para una campaña publicitaria, haciendo juego con su color corporativo?
Otras universidades en Atlanta, Toronto, California, Irlanda o Berlín ya han expulsado a Coca-Cola de sus Campus?
Las botellas de plástico de Coca-Cola en España no son de material reciclado, sino de plástico virgen.
¿Casualidad que el ex-presidente mejicano Fox sea ex-representante de Coca-Cola? ¿y Adolfo Calero, ex-gerente de Coca-Cola, agente de la CIA y cara pública de la contra nicaragüense? ¿y el embajador de EEUU en la India ? ¿y el magnate golpista Cisneros, en Venezuela ? ¿y el ministro Jorge Presno, de Uruguay?
Cuenta con delegaciones en más de 200 países, incluyendo paraísos fiscales como Bahrein o las islas Caimán, para evadir impuestos por sus beneficios...
En el año 2003 obtuvieron unos beneficios de 21.044 millones de dólares (La mitad de los gastos previstos por la ONU para garantizar la educación básica a todos los niños del mundo).
Impulsa potentes grupos de presión: se opuso al tratado de Kyoto a través de sus lobbys US Council for International Business y la Business Round Table, cambió regulaciones en la UE a través del American Chamber of Comerce , fue fundadora del International Life Science Institute, muy influyente en la FAO y la OMS , etc.
Contiene productos transgénicos.

La próxima vez que vayas por una bebida, recuerda la contaminación de los humedales, el uso no autorizado de aguas subterráneas, la violencia, que un litro equivale a tres en realidad... tal vez sea mejor una limonada.

5. Pfizer


Como si el uso masivo de Pfizer en la experimentación animal no era lo suficientemente desgarrador, Pfizer decidió utilizar a los niños nigerianos como conejillos de indias. En 1996, Pfizer viajó a Kano, Nigeria; a probar un antibiótico experimental en el tercer mundo para combatir enfermedades como el sarampión, el cólera y la meningitis bacteriana. Dieron trovafloxacina a aproximadamente 200 niños. Decenas de ellos murieron en el experimento, mientras que muchos otros desarrollaron deformidades físicas y mentales. Pfizer también puede orgullosamente afirmar que se encuentra entre las diez primeras compañías en los Estados Unidos que provocan la contaminación de la atmósfera.

Y no dejemos de lado los millonarios "incentivos" que le dan a los médicos, y a los gobiernos para que receten sus "medicamentos".

6. Mc Donalds


Cada año, miles de niños consumen la comida rápida de una empresa que forma parte activa en la deforestación de selvas, la explotación laboral y la muerte de millones de animales: McDonald's. Estrategias de mercadotecnia hábilmente diseñadas han expandido la empresa McDonald's a más de 40 países, donde la empática imagen de Ronald McDonald y su "Cajita feliz", vende en los niños el gusto por la comida rápida, asociándola con un ideal de alegría. Esta publicidad ha tenido un gran éxito en diferentes partes del mundo, contribuyendo a altas tasas de obesidad infantil. (ver articulo completo)
La alimentación que entrega esta empresa es totalmente carente de nutrientes. Es más, esta comida se conoce mundialmente como ‘comida chatarra’, y no es por nada que recibe este nombre.
Las hamburguesas y "nuggets" que McDonald's ofrece, provienen de animales que durante toda su vida fueron mantenidos en condiciones artificiales: Privados de aire libre y luz solar, permanecen hacinados al punto de no poder estirar sus miembros o alas (en el caso de los pollos), atiborrados de hormonas para acelerar su crecimiento, y de antibióticos para contrarrestar las múltiples infecciones a que están expuestos, por las condiciones de insalubridad y amontonamiento. Los pollos son engordados al grado en que sus patas no resisten su peso.
Para establecer sus franquicias, McDonald's adquiere terrenos a bajo precio en lo que antes fueron selvas tropicales deforestadas para la explotación ganadera. Ofrece sueldos mínimos a sus empleados, aprovechándose de las minorías étnicas y contratando menores de edad.

Los productos de McDonald's, con su alto contenido en grasas, azúcar y sal, estimulan en los niños el desarrollo de sobrepeso, la resistencia a la insulina y su consecuente Diabetes Tipo 2.

Ah, ¿les comenté que fué una de las financiadoras de la campaña de George W Bush ?

7. Nestlé


Nestlé y su enorme manto de crímenes contra el hombre y la naturaleza, como son la deforestación masiva en Borneo - el hábitat de los orangutanes en peligro crítico - para cultivar aceite de palma, y la compra de la leche de las granjas confiscadas ilegalmente por un déspota en Zimbabwe. Nestlé comenzó a provocar a los ambientalistas por sus ridículas afirmaciones de que el agua embotellada es "ecológica" , desde ahí en adelante se han ido destapando su red siniestra de control y destrucción.

Nestlé realizó esfuerzos mundiales para instar a las madres de países del tercer mundo a utilizar su sustituto de leche para lactantes en lugar de la lactancia materna, sin advertirles de los posibles efectos negativos. Supuestamente, Nestlé contrató a mujeres vestidas de enfermeras para entregar la fórmula infantil gratuita, que se mezclan con frecuencia con agua contaminada, los medios no mencionaron a los niños que murieron de hambre cuando la fórmula se agotó y sus madres no podían pagar más.

8. British Petroleum

¿Quién puede olvidar la explosión de 2010 de una plataforma petrolera en la costa del Golfo, que dejó 11 muertos y miles de aves, tortugas marinas, delfines y otros animales, destruyendo la pesca y la industria del turismo en la región? Este no fue el primer crimen de BP contra la naturaleza. De hecho, entre enero de 1997 y marzo de 1998, BP fue responsable de una friolera de 104 derrames de petróleo. Trece trabajadores del equipo de perforación murieron en 1965 durante una explosión, 15 en una explosión de 2005. También en 2005, un ferry que transportaba a trabajadores del petróleo de BP se estrelló, matando a 16. En 1991, la EPA cita a BP como la empresa más contaminante en los EE.UU.. En 1999, BP fue acusada de ilegal de tóxicos en Alaska, luego en 2010 por filtrar venenos muy peligrosos en el aire en Texas. En julio de 2006, los agricultores colombianos ganaron un acuerdo con BP después de que se acusó a la compañía de beneficiarse de un régimen de terror llevada a cabo por los paramilitares del gobierno colombiano que protegen el oleoducto Ocensa. Claramente, no hay manera de que BP haga lo correcto.

9.Monsanto

Monsanto, creadores y fomentadores de los alimentos genéticamente modificados, hormonas de crecimiento bovino y el envenenamiento por agrotoxicos. La lista de Monsanto incluye la creación de la semilla "exterminadora" , que crea plantas que nunca dan semillas para que los agricultores deban comprar cada año, el lobby para que etiqueten "libres de hormonas" la leche y sustitutos de la leche para lactantes (se encuentra presente si el bovino ha ingerido hormonas de crecimiento, un comprobado agente cancerigeno), así como una amplia gama de violaciones ambientales y de salud humana asociados con el uso de venenos de Monsanto - ". Agente Naranja", sobre todo. Entre 1965 y 1972, Monsanto viertes ilegalmente miles de toneladas de residuos altamente tóxicos en los vertederos del Reino Unido. Según la Agencia de Medio Ambiente los productos químicos estaban contaminando las aguas subterráneas y el aire 30 años después de que fueran vertidos!!.

Monsanto es célebre por agredir a los propios agricultores que pretende "ayudar", como cuando demandó a un agricultor y lo encarceló por guardar las semilla de la cosecha de una temporada para plantar en la siguiente.

10. Vale



La minera Vale, transnacional brasileña presente en 38 países, es la mayor empresa de exploración de minerales diversificados en Latinoamérica y la segunda a nivel mundial.Entre los méritos se destaca la participación de la empresa en el desarrollo de la hidroeléctrica Belo Monte, ubicada en Altamira –Brasil-, dado que el proyecto afecta al río Xingú, principal fuente de vida para la región. Como resultado de la intervención de la empresa, hoy el paisaje amazónico está siendo modificado severamente, como también la vida de miles de pueblos a orillas de uno de los principales ríos de Brasil.

A su vez, en Carajás, en Pará – Brasil-, numerosas familias fueron desalojadas, perdieron sus casas y poseen parientes que murieron como resultado de la construcción de línea férrea construida por la empresa, también denunciada por las pésimas remuneraciones y condiciones de trabajo que sufren sus empleadas.

Los impactos sobre el accionar de la minera no se reducen a las denuncias dentro de Brasil. En la región de Tete, en Mozambique, un pueblo fue desalojado de sus tierras para que la empresa pudiese llevar a cabo su explotación de carbón. A cambio la empresa construyó un re asentamiento en el barrio Cateme, donde las casas y servicios públicos no cumplen las condiciones básicas para el desarrollo de la población.