quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Com quantas tartarugas se paga a salinização do V Distrito?



A nota abaixo, publicada pelo site jornalístico URURAU, é um daqueles primores da contra-propaganda para quem se der ao trabalho de ler o seu conteúdo. É que a mesma dá conta de uma ação de compensação ambiental que teria sido realizada pelo Grupo EBX na Praia do Açu.

Mas apesar do título não contar, o corpo da matéria traz a seguinte informação: A LLX e a OSX, empresas do Grupo EBX, promoveram nesta terça-feira (22/01), a soltura de 30 filhotes de tartarugas marinhas na praia do Açu, onde fica localizado o Superporto do Açu, em parceria com o Projeto Tamar. 

Como assim? Desde quando a soltura de TRINTA filhotes de tartaruga merece ser notícia? É preciso dizer que esse número é para lá de insignificante quando se considera que em determinadas temporadas reprodutivas o Projeto Tamar já declarou ter liberado em torno de 126 mil filhotes ao mar (Aqui!) num trecho de 105 km, onde estão incluídos os municípios de Campos e São João da Barra.

Mas vamos lá à pergunta que não quer calar: 30 filhotes tartarugas pagam a salinização de uma região inteira? Um simples SIM ou NÃO já será aceito como resposta! Entretanto, convenhamos, para uma corporação que já anunciou ter investido vários bilhões de reais na construção de um porto, propalar a soltura de 30 filhotes de tartaruga é, no mínimo, peculiar.


Grupo EBX realiza soltura de tartarugas marinhas na praia do Açu
Divulgação

Este é o segundo ano que a soltura de tartarugas acontece no empreendimento

A LLX e a OSX, empresas do Grupo EBX, promoveram nesta terça-feira (22/01), a soltura de 30 filhotes de tartarugas marinhas na praia do Açu, onde fica localizado o Superporto do Açu, em parceria com o Projeto Tamar. As tartarugas nasceram no cercado do Projeto Tamar na praia do Farol de São Tomé, em Campos. Este é o segundo ano que a soltura de tartarugas acontece no empreendimento. A primeira ação ocorreu em 2010.

Desde 2008, a companhia realiza o programa de monitoramento da desova de tartarugas marinhas, ao longo de 62 km de praia, com atendimento a diretrizes técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Tamar. O monitoramento cumpre uma condicionante ambiental do licenciamento do porto e tem o objetivo de comparar os resultados obtidos antes, durante e após a conclusão da obra. Na última temporada reprodutiva das tartarugas marinhas, que se estendeu de setembro de 2011 a março de 2012, foram registradas 894 desovas na área de influência do Superporto do Açu.

De acordo com o gerente geral de integração e sustentabilidade da LLX, Guilherme Quentel, a soltura de tartarugas acontece com a supervisão do projeto Tamar e é executada de forma integrada entre as empresas do Grupo EBX que estão se instalando no Superporto do Açu. “Essa é uma iniciativa de conscientização e proteção às tartarugas que desovam na região”, disse.

Diariamente, 11 monitores, moradores locais treinados pelo Tamar, percorrem 62 km de praia, entre Atafona e Barra do Furado, registrando qualquer ocorrência relativa às tartarugas marinhas. As ocorrências reprodutivas (como desovas) são georreferenciadas e marcadas com estacas numeradas para identificar sua localização. Nas ocorrências não reprodutivas, são coletados dados como o tamanho, a espécie e sexo das tartarugas. O local da ocorrência também é registrado por meio de GPS.

Ainda dentro do programa de acompanhamento das tartarugas marinhas, a LLX instalou um centro para reabilitação e recuperação dos animais. Todos os animais debilitados localizados nas áreas monitoradas são levados para o centro para tratamento, uma equipe multidisciplinar, formada por veterinários, biólogos, técnicos e monitores, que atuam 24 horas por dia.recuperação e acompanhamento até seu completo restabelecimento. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por veterinários, biólogos, técnicos e monitores, que atuam 24 horas por dia.