sábado, 16 de março de 2013

BNDES continua sendo usado na operação "vamos resgatar Eike"


A matéria do Jornal Valor Econômico e dá conta de um negócio bilionário envolvendo o BNDES, a a empresa de energia MP(X) de Eike Batista, a multinacional alemão E.ON e o Banco BTG Pactual.

A coisa é simples. O BNDES participa de um processo de aquisição de ações que valem atualmente R$ 11,00 pelo preço de R$ 12,00. Além disso, a entrada do BNDES auxilia a multinacional alemã a não ter mais de 35% das ações da MP(X), evitando assim que a a E.ON tenha que internalizar as dívidas da empresa brasileira até que a mesma passe para a fase operacional.

Esse uso do dinheiro público para auxiliar a venda de um empresa teoricamente brasileira para uma multinacional dentro das melhores condições para a empresa estrangeira beira o escândalo.

Mas, pelo jeito, quando se trata de levar a cabo a operação "Vamos resgatar Eike" tudo é possível. Simples assim.



E.ON sela acordo para aumentar participação na MPX
Por Cláudia Schüffner | Valor

Sérgio Lima/Folhapress
E.ON sela acordo para aumentar participação na MPX
RIO - 
Está tudo acertado para o aumento da participação da alemã E.ON na MPX, controlada pelo empresário Eike Batista. 

O  negócio será feito em etapas simultâneas, informação antecipada com exclusividade no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor. No primeiro momento a E.ON, que já tem 11,7%, vai comprar metade dos 53,9% detidos por Batista, elevando sua participação para 38,65%. 
O preço estabelecido para cada ação de Batista é de R$ 12 (a ação começou o dia cotada perto de R$ 11). Pelo valor atual das ações, a participação de Batista vale R$ 3,48 bilhões, mas com a venda de metade dessa participação por R$ 12 por ação,  a parte do empresário vale R$ 1,87 bilhão. 
O movimento seguinte da operação é um aumento de capital na MPX para permitir a entrada do BTG Pactual e elevação de participação do  BNDES, simultaneamente. 
Nesse desenho Batista e a E.ON cedem seus direitos de subscrição para os dois bancos, sendo diluídos, o que dará conforto para a E.ON. Isso porque a alemã não quer ter mais 35% das ações da MPX para evitar consolidar a dívida da empresa brasileira no seu balanço até que os ativos de geração da MPX estejam operacionais. 
As linhas gerais foram concluídas hoje por Marcus Schenck, segundo executivo mais importante da E.ON, responsável pela parte de controle, contabilidade, fusões e aquisições e ainda a área internacional. Schenck retorna hoje à noite para a Alemanha e voltará ao Brasil na próxima semana para fechar o acordo.
Há pouco, a ação estava  R$ 11,34, alta de 4,60%.

FONTE: http://www.valor.com.br/empresas/3047686/eon-sela-acordo-para-aumentar-participacao-na-mpx#ixzz2Njj3OqRf