segunda-feira, 18 de março de 2013

De Roma, Dilma parece querer encobrir o rastro de lama deixando pelo (des) governo Cabral


Até segunda ordem, o conteúdo da matéria publicada pelo Jornal O GLOBO que segue abaixo reflete as declarações da presidente da Dilma Rousseff acerca dos problemas que continuam ocorrendo em cidades da região Serrana em função das chuvas torrenciais que vem ali ocorrendo.

Se este for mesmo o caso, a presidente Dilma Rousseff se presta a um esforço de livrar a cara do (des) governo Sérgio Cabral quando assegura que o sistema de prevenção funcionou. Pois bem, caberia perguntar à presidente da república, de qual sistema fala ela. Em segundo lugar a presidente Dilma Rousseff se presta ao triste trabalho de reafirmar a noção de que as pessoas moram em áreas perigosas porque querem. Se a presidente da república se prestasse a estudar mais a questão da terra urbana veria que seus amigos empreiteiros e incorporadores imobiliários é que controlam a maioria das boas terras, restando aos pobres e remediados a ocupação de áreas que são desprezados pela especulação urbana. Em suma, em ambos os casos Dilma Rousseff prefere culpar os inocentes e livrar a cara de seus aliados políticos. 

O que a repetição dessas tragédias que continuarão ocorrendo a cada chuva mais intensa explicita é a necessidade de uma profunda reforma da terra urbana. O simples desaparecimento deste elemento da agenda do governo federal liderado por Dilma Rousseff é um exemplo candente de como o PT optou por exercer e permanecer no poder, ainda que isto implique no abandono de suas melhores bandeiras políticas.



De Roma, Dilma nega problemas na prevenção de chuvas no Rio

Cabral anunciou nesta tarde a liberação de R$ 3 milhões para Petrópolis
Treze pessoas morreram em decorrência de desabamentos
Ministro da Integração Nacional virá ao Rio na terça-feira


ROMA, RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA — A presidente Dilma Rousseff descartou nesta segunda-feira problemas nos sistemas de prevenção no caso das fortes chuvas que castigam Petrópolis desde a noite de domingo. Segundo ela, as pessoas não podem permanecer em locais com possibilidades de desastres, e prometeu medidas mais rigorosas para evitar mais vítimas. Enquanto isso, o governador Sérgio Cabral anunciou nesta tarde a liberação de R$ 3 milhões para o município. Até o momento 235 adultos e 325 crianças tiveram que deixar suas casas no município.

— A nossa prevenção não estava com nenhum tipo de problema. O problema é que, muitas vezes, as pessoas não querem sair. Acho que vão ter de ser tomadas medidas mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões em que não podem ficar — disse a presidente. — Não tem prevenção que dê conta se você ficar num determinado lugar mesmo sabendo que tem que sair.

Dilma, que está em Roma para assistir na terça-feira à missa inaugural do Papa Francisco, contou que telefonou para o governador Sérgio Cabral e para a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Ela lamentou a morte de servidores públicos nas tentativas de resgates e assegurou que todo o sistema de proteção de desastres está sendo “totalmente mobilizado” para atender à Região Serrana:

— É uma questão de conscientizar. O homem não tem condições de impedir desastre. Ele pode impedir a consequência do desastre, e é isso que a gente tem lutado para fazer no Brasil. Seja através dos sistemas de satélite, dos pluviômetros, e articulação de todas as defesas civis do Brasil.

O balanço mais recente divulgado da Defesa Civil de Petrópolis nesta segunda-feira revela que os locais mais afetados na cidade pela chuva são Quitandinha, Independência e Morim. O número de mortos continua em 13. São 560 desabrigados e desalojados, sendo 140 famílias. No total, são 235 adultos e 325 criancas. Ainda há três ou quatro pessoas desaparecidas. Há 18 abrigos oferecidos à população. E 15 mil pessoas estão em áreas de risco na cidade.

Segundo os dados divulgados, em 24 horas, foram registrados 440 milímetros de chuva nos bairros mais afetados, como o Quitandinha. Para todo o mês de marco, eram esperados 270 milímetros

— A situação de Petrópolis é realmente muito, muito grave — disse, ao “Bom dia Rio”, o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, ressaltando que o prefeito do município já decretou estado de emergência no município.

Ministro da Integração Nacional virá ao Rio na terça-feira

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, virá ao Rio na terça-feira, para acompanhar a situação em áreas atingidas pelas chuvas no estado. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo ministério. Além disso, ainda nesta segunda-feira, representantes da Defesa Civil nacional desembarcam no estado: o secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, e o diretor de Minimização de Desastres do Ministério da Integração Nacional, Armin Braun. Segundo a pasta, eles irão reforçar o apoio do governo federal aos municípios e ao estado.

Segundo o ministério, técnicos da Defesa Civil Nacional também compõem a equipe que irá ao Rio, responsável por coordenar as ações em casos de desastres, além de reforçar o trabalho de socorro e assistência à população. A Integração Nacional afirma ainda que o estado e os municípios ainda não solicitaram formalmente recursos para a Defesa Civil.