terça-feira, 19 de março de 2013

Eike Batista enfrenta demanda dos credores por mais garantia

Entre os principais credores do empresário está o Itaú Unibanco Holding SA, com cerca de R$ 5,5 bilhões em empréstimos.

Cristiane Lucchesi e Juan Pablo Spinetto, da



Mario Anzuoni/Reuters

Eike usou as ações de suas empresas listadas como garantia dos empréstimos que ajudaram a construir seu império de negócios de commodities e energia



São Paulo - O bilionário Eike Batista, cuja empresa de petróleo chegou à menor cotação na semana passada, está perto de vender uma participação na MPX Energia SA enquanto enfrenta demanda dos credores por mais garantias, segundo pessoas com conhecimento direto sobre o assunto.


Entre os principais credores de Eike está o Itaú Unibanco Holding SA, com cerca de R$ 5,5 bilhões em empréstimos, disseram duas pessoas que pediram anonimato porque o assunto não é público.

Eike também emprestou cerca de R$ 4,8 bilhões do Banco Bradesco SA e R$ 1,6 bilhão do Grupo BTG Pactual, sem contar a linha de liquidez de US$ 1 bilhão acertada com o BTG neste mês, disseram as pessoas.

Eike usou as ações de suas empresas listadas como garantia dos empréstimos que ajudaram a construir seu império de negócios de commodities e energia, mantidos como unidades do Grupo EBX.

As ações da OGX Petróleo e Gás Participações SA caíram 85 por cento nos últimos 12 meses e com isso o valor das garantias caiu. Eike tenta reduzir as exigências de garantias vendendo ativos para quitar dívidas, disseram as pessoas.

“Grande parte da desconfiança dos investidores vem agora do fato de que Eike estaria tendo que cobrir muitas margens de garantias nessas dívidas”, disse Leonardo Brito, analista da Teórica Investimentos, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Continuam as dúvidas sobre o grupo.”

Itaú, Bradesco e BTG não quiseram comentar, segundo as assessorias de imprensa.

O Grupo EBX disse, em nota por e-mail, que “busca, constantemente, melhores alternativas para maximizar valor a todos os acionistas. Projetos em infraestrutura como os realizados pelo grupo são intensivos em capital, sendo a demanda por financiamentos de longo prazo intrínseca ao negócio”, de acordo com a nota.

“As companhias do Grupo EBX contam com funding substancialmente equacionado para os próximos anos e buscam, permanentemente, melhorar o perfil do seu endividamento.”

A EON SE, maior empresa de energia da Alemanha, está em negociações para ampliar sua participação na MPX para cerca de 39 por cento, dos atuais 12 por cento, e assumir controle efetivo da companhia, disse uma pessoa com conhecimento do assunto.

A EON poderia comprar as ações da MPX por cerca de R$ 12 reais e Eike receberia R$ 1,87 bilhão, disse a pessoa.