sábado, 23 de março de 2013

Empresas de Eike preocupam e Bovespa testa piso de 55 mil pontos


Por Téo Takar | Valor
Empresas de Eike preocupam e Bovespa testa piso de 55 mil pontos


SÃO PAULO - Sem volume, mas carregada de boatos, a Bovespa ignorou completamente a alta dos mercados americanos e acentuou a baixa na última hora de pregão, pressionado principalmente pelas empresas “X”. O grupo de Eike Batista foi alvo de um verdadeiro “tiroteio” de rumores e ordens de “stop loss” (vendas a qualquer preço para limitar perdas).

Segundo operadores, as ações das empresas do grupo sofrem com a desconfiança dos investidores, que também estariam decepcionados com os resultados, até o momento, da "parceria de cooperação estratégica" fechada entre BTG Pactual e Eike Batista no começo do mês. Outra preocupação recorrente diz respeito ao balanço da OGX no quarto trimestre de 2012, que será divulgado na próxima terça-feira à noite. No mesmo dia também saem os números da LLX.

OGX ON (a empresa de petróleo do grupo EBX) terminou em baixa de 9,20%, a R$ 2,27, nova mínima histórica de fechamento do papel. A mínima durante o pregão (intraday) foi de R$ 2,20. Entre as outras empresas “X”, MMX ON (mineração) perdeu 8,3%, LLX ON (logística) caiu 11,11% e liderou as perdas do Ibovespa, MPX ON (energia) recuou 5,53%, OSX ON (estaleiro) despencou 17,0% e CCX ON (carvão) fechou em baixa de 4,28%.

A pressão do grupo “X” fez o Ibovespa testar o forte suporte de 55 mil pontos, mas o índice se segurou acima dele, com ajuda de Petrobras PN (0,53%) e Vale PNA (0,06%), que fecharam em leve alta. A perda desse patamar poderia levar o mercado de volta aos 52 mil pontos, nas projeções do analista técnico da Icap Brasil, Raphael Figueredo. O Ibovespa terminou em baixa de 0,60%, aos 55.243 pontos. Desta forma, a bolsa brasileira acumulou baixa de 2,86% na semana. No mês, o recuo é de 3,80%, enquanto no ano, a perda chega a 9,37%. O volume financeiro voltou a ficar abaixo da média de março, com giro de R$ 6,140 bilhões.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,63%, o Nasdaq ganhou 0,70% e o S&P 500 avançou 0,72%. Por lá, o mercado operou animado com a possibilidade de o Chipre chegar a um acordo neste fim de semana para solucionar sua crise financeira. No início da noite, já com os mercados fechados, o parlamento do país aprovou projeto de lei para reestruturar o setor bancário.

Entre as maiores baixas do dia, além do grupo X, apareceram Oi PN (-4,99%) e Oi ON (-4,77%). Após a elevada distribuição de dividendos da companhia (os papéis ficaram ex-proventos hoje), investidores venderam o papel e embolsaram o provento.

Entre as altas do dia figuraram Cyrela ON (3,73%), Sabesp ON (2,62%) e B2W ON (2,44%). A construtora reagiu ao resultado divulgado ontem à noite, que trouxe aumento de 37,3% no lucro do quarto trimestre, para 249,1 milhões. Analistas avaliaram que o resultado da companhia indica que ela está conseguindo recuperar suas margens.