quarta-feira, 22 de maio de 2013

Crise faz o número de carentes dobrar em dois anos na Itália

Por Valor

A Itália divulgou nesta quarta-feira seu relatório anual sobre a situação do país, detalhando e analisando o ciclo econômico “marcadamente negativo” em que a nação europeia se encontra. Milhões de pessoas foram lançadas na pobreza nos últimos dois anos, elevando esse grupo no país a 8,6 milhões (14% da população), segundo o estudo divulgado no site do Instituto Nacional de Estatísticas (Istat). O número de pessoas consideradas gravemente carentes dobrou no país nos últimos dois anos.

Documento detalha situação delicada dos italianos

Os italianos vivem um quadro econômico bastante delicado. O país se comprometeu com cortes de gastos para melhorar seu quadro financeiro, mas segue sob o risco de uma crise financeira e ainda sofre com a recessão econômica, em um contexto de desaceleração global e de fraqueza na maioria dos parceiros da União Europeia. O novo premiê, Enrico Letta, chegou ao poder em abril deste ano, com a missão de manter o controle sobre as finanças, mas também estimular a economia e a geração de vagas, uma tarefa difícil no atual contexto italiano.

O relatório destaca também o aumento do desemprego entre os jovens. Além disso, o país tem a maior taxa na Europa de jovens que não trabalham nem estudam (23,9%). “Em nosso país, o retorno sobre o investimento em educação ainda é baixo”, afirma o texto. Além de o desemprego afetar mais os jovens, o documento mostra também que a crise ampliou as desigualdades regionais: a taxa de desemprego está em 7,4% no norte italiano, enquanto nas regiões do sul é de 17,2%.

Em 2012, a taxa média de desemprego na Itália ficou em 10,7%. O documento aponta também que houve um aumento nos contratos temporários e na redução das horas de trabalho em vários contratos. Diante desse cenário, aumenta o número de famílias com mais sinais de dificuldades econômicas, prejudicando o consumo doméstico.

Para este ano, a Itália prevê contração de 1,4% na economia do país. Em 2014, porém, o governo italiano espera uma reação, com o crescimento de 0,7% do PIB, apoiado por um avanço nas exportações, prevê o Istat.